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A grande capacidade de dar a volta por cima depois de uma acachapante derrota!

  • Foto do escritor: José Tejada
    José Tejada
  • 17 de dez. de 2020
  • 5 min de leitura



Na verdade, quando ficamos desiludidos com a derrota isso significa que aquilo teve a capacidade de mexer com o nosso interior, com nossa autoestima; aquilo, de certa forma, nos indignou e está nos desafiando a fazer as coisas diferentes na próxima vez.

O fato é que uma derrota pode ter a capacidade de nos desafiar a atingir excelentes resultados.

À medida que o tempo passa, essa indignação vai se transformando aos poucos em motivação, para que, na próxima vez, a vitória seja nossa ou para que saibamos alcançar o nosso objetivo.

Assim como a dor nos ensina a gemer, a derrota nos mostra tudo que não fizemos e deveríamos ter feito, assim como aquilo que fizemos e não devemos fazer mais. De certa forma, quanto mais dolorida for a derrota, maior será a nossa indignação e, por consequência, a nossa motivação para mudar a situação ou trabalhar com muito afinco para obter vitórias no futuro.

Mais do que tudo, nunca devemos nos acostumar com as derrotas; todo ser humano não nasceu para perder; na verdade, precisamos tirar grandes lições das derrotas. Quando tivermos a capacidade de aprender com essas lições, elas se converterão, com certeza, em nosso trampolim para o sucesso!

Justamente por isso, acredito que sempre devemos nos indignar com as derrotas, pois isso nos dará uma motivação maior para ter a capacidade de obter vitórias no futuro. O fato é que o verdadeiro campeão é moldado nas derrotas.

No tênis, como um esporte individual, não há muito espaço para desculpas, pois todo tempo você é responsável por seu desempenho em quadra. Num esporte coletivo ainda podemos, de certa forma, responsabilizarmos alguém pela derrota; no tênis, já sabemos de antemão quem é o responsável pela mesma.

O tênis, também, me proporcionou outro ensinamento maravilhoso que foi: em determinados momentos da nossa vida, só nós mesmos podemos tomar grandes e importantes decisões, ou seja, em determinados momentos não podemos passar a responsabilidade para ninguém, somente nós podemos saber o que é melhor e o que deve ser feito.

De outra forma, somos inteiramente responsáveis por todas as nossas decisões. E se, por acaso, as coisas não estão saindo como planejamos, com certeza temos parcela nesse aspecto.

A derrota sempre nos desafia a questionarmos as coisas, e isso, talvez, seja o maior aprendizado, sempre que somos derrotados nos questionamos verdadeiramente.

Meu querido pai foi um professor para mim nesse aspecto, pois sempre depois do jogo ele conversava comigo e me dizia por que eu não tinha conseguido a sonhada vitória. Mesmo eu estando muito abatido e inconformado, eu ouvia com atenção meu pai e, às vezes, até, por estar indignado e de cabeça quente não aceitava tudo o que ele dizia. Depois de alguns dias, já com a cabeça fria, eu conseguia refletir sobre tudo o que ele me havia dito e chegava à conclusão de que ele tinha a mais absoluta razão.

No tênis, posso dizer, com sinceridade, que as derrotas mais dolorosas e sofridas são justamente aquelas nas quais sabíamos que podíamos ter desempenhado melhor ou feito um jogo melhor, ou seja, jogamos abaixo de nosso verdadeiro potencial ou abaixo de nossa real capacidade.

Contextualizando, recordo-me muito bem de uma final de um torneio estadual, que joguei em Porto Alegre. Quando levantei naquele domingo, sinceramente, não tinha a menor vontade de jogar. Não sei se era porque eu iria enfrentar um adversário com o qual não simpatizava pessoalmente, ou porque esse adversário tinha um bom jogo e eu sabia que não seria muito fácil vencê-lo. Só sei que naquele dia eu levantei sem muita motivação, com medo e bastante inseguro.

O jogo?

Nem preciso comentar. Levei uma solene surra: 6 a 0 e 6 a 1. Naquele dia não joguei absolutamente nada. Meu adversário não teve a menor dificuldade de me vencer e acabei com um vice-campeonato horroroso pelo meu desempenho na final.

A verdade é que saí da quadra muito decepcionado e não sabendo exatamente o que tinha acontecido; não achava explicação plausível, pois eu tinha treinado bem a semana inteira e liderava o ranking gaúcho de duas categorias naquele ano.

Mas o pior ainda estava por vir. Meu pai ficou uma fera! Xingou-me muito mesmo, dizendo que aquele dia eu não ganharia do último do ranking de minha categoria. Disso eu me lembro até hoje! Aquilo que meu pai disse naquele momento me magoou muito, é verdade, mas, por outro lado, mexeu com os meus brios de tenista. Eu, internamente, depois disso pensei no calor da derrota: Vou PROVAR para meu pai que ele está errado! Vou vencer o próximo torneio!

O próximo torneio era exatamente no final da semana seguinte. Era um torneio na cidade de Caxias do Sul. Tivemos que subir a Serra com essa derrota “engasgada”. Eu estava realmente inconformado com essa derrota e com tudo que meu pai tinha falado para mim.

Iniciamos o torneio e fomos novamente até a final. Agora, vocês podem adivinhar quem seria meu adversário nessa nova final?

Exatamente o mesmo de quem eu havia levado aquela surra uma semana antes em Porto Alegre. Um amigo tenista me disse antes da final: O teu adversário diz que amanhã (o dia da final) vai ser fácil como na última vez! Depois fiquei sabendo que esse meu amigo estava no mesmo hotel do meu adversário e ouviu esse comentário no hall de entrada desse hotel. Naquele momento, pensei com os meus botões: Esse cara vai ter uma surpresa e tanto; amanhã as coisas vão ser muito diferentes, mas muito diferentes mesmo (era a certeza que eu tinha).

E acabaram realmente sendo, pois eu entrei na quadra com uma motivação enorme, na verdade, era uma questão pessoal aquela vitória contra aquele mesmo adversário. O jogo foi difícil, mas acabei vencendo no terceiro set por 6 a 0. Isso mesmo! Consegui devolver os 6 a 0 de uma semana antes no terceiro set. Minha satisfação foi completa! Saí da quadra mais do que realizado. Tinha derrotado meu adversário de forma incontestável e provado, para mim mesmo, que a derrota de uma semana antes tinha sido um acidente de percurso, um fato anormal, que pode acontecer com qualquer um.

Meu oponente estava desconsolado (irritado também) e não acreditava naquilo. Ele, na verdade, mal me cumprimentou no final do jogo. Meu pai chegou e me disse: - Viu! Quando queres as coisas funcionam! Condições nunca te faltaram.

Na verdade, meu pai também, como não poderia deixar de ser, estava muito feliz, mas creio que naquele distante domingo de 1983, a pessoa mais feliz do mundo, com certeza, era eu.

Essa vitória realmente se tornou inesquecível sob todos os aspectos e me mostrou que, nós, seres humanos, quando realmente somos desafiados e lutamos por nossos objetivos, somos capazes de realizar grandes coisas, às vezes, em curto espaço de tempo.

Eu sabia, em meu íntimo, que poderia vencer; que eu estava preparado e que tinha capacidade para isso. Essa confiança fez com que o resultado viesse, apesar das dificuldades enfrentadas.

Confiança não tem muita relação com arrogância, arrogância é possuir um autoconceito muito acima da realidade, ou seja, uma confiança acima de sua verdadeira capacidade. Precisamos de muita confiança, que se origina do fato de termos nos preparado com cuidado; mas a arrogância será um dos nossos maiores inimigos, pois nos fará acreditar que somos tão bons que não precisamos nos dedicar tanto assim para atingir a excelência em quadra.

Penso que o Grêmio pode se inspirar nesse artigo para dar a volta por cima na semana que vem pela Copa do Brasil.

O fato é que nenhum time desaprende a jogar e o Grêmio tem jogadores talentosos em seu elenco e pode vencer qualquer equipe do futebol brasileiro.





José Tejada


Professor universitário, escritor, palestrante e coach, jrcdteja@ucs.br, Https://jrcdteja.wixsite.com/meusite



 
 
 

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