A insubstituível aula presencial!
- José Tejada
- 30 de set. de 2020
- 3 min de leitura
A pandemia fez com que as aulas à distância síncronas ou assíncronas fossem adotadas por quase todas as instituições de ensino, para não sacrificar o ano letivo dos estudantes brasileiros.
Aliás, nos últimos anos, percebemos a explosão dos cursos à distância que são muito mais baratos do que os cursos presenciais.
Grandes grupos internacionais no setor da educação ampliaram, enormemente, as ofertas de cursos à distância por todo o nosso país. Isso, com toda a certeza, “popularizou” a universidade o que, a princípio, é muito louvável, pois precisamos disseminar conhecimento de uma forma eficaz em nosso país, se quisermos, um dia, nos tornar um país de primeiro mundo.
Porém, o grande problema enfrentado por nosso país, em termos de educação, ainda, é a base de nosso ensino (fundamental e médio). O fato é que a diferença de qualidade da escola pública e privada é notória; os últimos levantamentos demonstram essa realidade.
Penso que o grande foco de um governo deve estar na qualidade da educação, deixando, em segundo plano, a questão da quantidade. Infelizmente, em nosso país, os governos, de uma forma geral, se preocupam mais com a quantidade de crianças na escola do que com a qualidade do ensino proporcionada às mesmas.
Além disso, o discurso de valorização do professor é vazio. A remuneração de um professor da rede pública (ensino fundamental e médio) em nosso país, no geral, é simplesmente vergonhosa, levando em conta a enorme responsabilidade desses profissionais.
A realidade é que se quisermos ter um país de primeiro mundo, precisamos ter uma ótima qualidade de ensino, principalmente no nível fundamental e médio e isso passa, obrigatoriamente, por uma melhor remuneração (valorização) do professor (não tem como ser diferente). Logicamente, o professor precisa de um bom salário para investir em conhecimento (ler, estudar e aprender sempre).
Reparem que o ideal seria que uma pessoa, com nível médio de ensino, pudesse conseguir uma boa colocação (remuneração) no mercado de trabalho, como acontece em países de primeiro mundo.
Aqui, infelizmente, de uma forma geral, o aluno chega sem uma boa base para fazer uma graduação de nível superior e a universidade, também, não tem como fazer milagres.
Aliás, essa verdade precisa ser dita, em nível universitário, também, precisamos melhorar muito a nossa qualidade de ensino (nosso ranking internacional demonstra isso).
Voltando aos cursos à distância, constato, através da minha amostragem pessoal, que os estudantes, infelizmente, não estão satisfeitos com a qualidade dos mesmos.
Sinceramente, ainda não falei com nenhum estudante que me diga: Essa graduação à distância que estou fazendo tem muita qualidade, por isso, estou muito satisfeito!
Em função disso, ouso fazer uma previsão. Sinceramente, penso que a educação à distância não vai substituir a educação ou aula presencial, pela questão de qualidade. O mercado (empresas) com o tempo, vai se dar conta disso, pela qualificação do estudante egresso.
O fato é que o ambiente universitário por si só, prevê uma interação maravilhosa entre os estudantes, onde acontecem trocas de conhecimentos extremamente úteis e de toda a ordem e, também, entre o estudante e o professor, se o professor for qualificado e, também, se ele se dispuser a isso. Em um curso à distancia, isso, praticamente, é impossível de acontecer.
Em função disso, tenho a convicção de que a aula presencial, com um bom professor, sem sombra de dúvida, é insubstituível em todos os sentidos! Acredito muito que o tempo vai me dar a razão.
Além disso, penso que a interação presencial com os alunos faz uma enorme falta ao professor! Pelo menos esse é o meu caso!
Sinceramente, preciso confessar, não vejo a hora de retornar à sala de aula, mesmo que tenha que usar uma incômoda máscara!

José Tejada
Professor universitário, escritor, palestrante e coach, jrcdteja@ucs.br, Https://jrcdteja.wixsite.com/meusite
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