A lacuna da identidade
- José Tejada
- 15 de dez. de 2020
- 2 min de leitura
A lacuna da identidade, conceito formulado pelo Dr. Joe Dispenza é composta entre o que parecemos e quem realmente somos.
“O que parecemos” tem a ver com a identidade que projetamos para o ambiente externo, com quem eu quero que pensem que sou, ou seja, a minha fachada ideal para o mundo.
“Quem realmente eu sou” diz respeito a como eu me sinto, como sou por dentro, ou seja, a minha verdadeira essência como pessoa.
O fato é que, em quase todas as pessoas, essa lacuna é presente pela questão do ego, que sempre faz o possível para nos proteger de nossa real identidade ou daquilo que verdadeiramente somos.
Aliás, quanto maior for essa lacuna, maior será o desequilíbrio interno presente em minha vidam (conflito).
O mais interessante é que a diferença entre o que queremos parecer e o que somos estará separada por uma camada de emoções memorizadas durante a nossa vida. Geralmente emoções de medo, indignidade, insegurança, raiva, vergonha, culpa, etc.
O tamanho dessa lacuna varia de pessoa para pessoa. Essa lacuna, na verdade, é separada pelos sentimentos que memorizamos ao longo de diferentes pontos de nossa vida. Quanto maior o tamanho da lacuna, mais fortes e enraizadas serão as emoções.
Essas emoções, geralmente, foram memorizadas por um longo tempo e acabaram fazendo parte da nossa personalidade.
A verdade é que as nossas experiências de vida acabam definindo a nossa identidade. E se nos mantivermos extremamente ocupados (aspecto profissional), conseguiremos fazer com que essas emoções indesejadas se mantenham à distância.
A realidade é que todos nós fomos marcados por eventos com cargas emocionais desde o nosso nascimento. À medida que revisamos a experiência repetidas vezes, o nosso corpo tem a capacidade de reviver essa experiência pela simples força do pensamento. Se mantivermos um período refratário dessa emoção por muito tempo, vamos passar de uma mera reação emocional a um humor, um temperamento e, finalmente, a um traço de personalidade.
Porém, estudos mostram que mesmo a nossa personalidade pode mudar se conseguirmos desmemorizar essas emoções negativas que nos impedem de viver o mundo sem máscaras ou disfarces.
Nesse aspecto, entra a questão da meditação, onde através de um adequado processo, nós podemos nos livrar dessas memórias negativas para conseguir viver uma vida plena e feliz. Logicamente, isso passa por viver a nossa própria vida (essência) e não viver uma vida para os outros (sociedade - ego).
O fato é que muito poucas pessoas conseguem viver sem essa lacuna de identidade, por isso, apesar de todos os sorrisos e “conquistas” nas redes sociais, existe por trás disso, muita infelicidade e frustração. Até porque acredito que poucas pessoas são realmente felizes e realizadas.

José Tejada
Professor universitário, escritor, palestrante e coach, jrcdteja@ucs.br, Https://jrcdteja.wixsite.com/meusite
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