“Amigocracia”
- José Tejada
- 26 de jul. de 2019
- 2 min de leitura
É muito bonito falar em valorizar o talento nas empresas ou de formatar um ambiente meritocrático, mas, no fundo, vivemos em uma sociedade que não preza muito pela meritocracia, pois a valorização quase sempre se dá pelo aspecto pessoal e ponto final!
Penso que não vemos com bons olhos os melhores ou mais talentosos, principalmente, no ambiente profissional, onde quase sempre está presente uma grande “fogueira de vaidades”, onde o que mais conta é a relação pessoal, muitas vezes, independentemente de qualquer mérito ou crédito.
Em vez de admirarmos o talento alheio, muitas vezes, somente o invejamos. Aliás, como a inveja tem se espalhado pelas organizações de uma forma geral.
Penso que, todo profissional talentoso, deve ser motivo de nossa admiração. O fato é que, quando admiramos alguém talentoso, estamos abertos ao conhecimento, portanto, podemos aprender ou “copiar” o talento desse profissional. Em coaching, chamamos isso de modelagem, afinal o sucesso deixa marcas (rastros).
Por outro lado, a inveja, não nos traz qualquer benefício, pois o invejoso, geralmente, é uma pessoa que está cristalizada em sua zona de conforto, ou seja, ele só é capaz de invejar o outro, nada mais.
Além disso, vivemos em uma sociedade, onde as pessoas estão muito mais preocupadas com os créditos do que com o trabalho que deve ser feito (ação).
Uma sociedade que valoriza muito a questão do reconhecimento, não importando tanto o mérito em si. Basta ver vários prêmios concedidos à algumas empresas, onde as mesmas precisam pagar pelo mesmo.
O fato é que estamos imersos em uma chamada “amigocracia”, onde o que mais conta é a amizade ou o relacionamento pessoal; a competência, infelizmente, está em segundo plano.
De outra forma, as empresas estão repletas de “feudos institucionalizados” que defendem os seus interesses particulares com “unhas e dentes”.
Aliás, é simplesmente impressionante como gostamos de participar de “panelinhas”! Tem panelinha para tudo que é gosto e para as mais diversas situações. Até no lazer, reparem, somos membros de algumas “panelinhas” (risos).
Consequentemente, temos uma cultura baseada no aspecto pessoal que, no tocante às empresas, nos causa enormes prejuízos, pois numa empresa o que precisa prevalecer sempre é o resultado a ser atingido. Para isso, obrigatoriamente, precisamos contar com os melhores profissionais, ou seja, os mais talentosos precisam ser valorizados e reconhecidos, o que não é muito comum hoje em dia, pois as pessoas, de uma forma geral, não gostam muito de gente talentosa (triste dizer isso).
Se você, por caso, foi o primeiro aluno da sua classe, com certeza, sabe do que eu estou falando.
Acima de tudo, uma empresa precisa modelar os seus profissionais mais talentosos, para ganhar competitividade no mercado, afinal, qualquer empresa de ponta não pode deixar de aproveitar os seus profissionais mais talentosos. É como em um time de futebol, os melhores precisam estar em campo.
Nas empresas incompetentes, os melhores, geralmente, estão no banco ou já foram negociados para outros times e os reservas estão em campo, por serem “amigos” do treinador ou da direção!

José Tejada
Professor universitário, escritor, palestrante e coach, jrcdteja@ucs.br, Https://jrcdteja.wixsite.com/meusite
댓글