As carrancas humanas!
- José Tejada
- 24 de out. de 2019
- 2 min de leitura
Preciso confessar que adoro carrancas, tanto é que da primeira vez que fui ao nordeste brasileiro, muito tempo atrás, com minha saudosa e querida mãe, comprei uma carranca para colocar no meu quarto, a fim de “espantar os maus espíritos”, digamos assim. Hoje em meu apartamento, tenho duas carrancas, estrategicamente posicionadas de frente para a porta.
Dizem que quanto mais feias forem, ou seja, mais assustadoras, melhor para espantar a inveja (mau olhado) e o despeito de nossos desafetos (risos).
Não que eu acredite muito nisso, mas como diz aquele velho ditado espanhol: "No creo em brujas, pero que las hay, las hay”!
Por outro lado, percebo que algumas pessoas são verdadeiras carrancas ambulantes, ou seja, carregam continuamente uma expressão de poucos amigos, digamos assim.
O mais interessante é que essas carrancas humanas encontramos nos mais diferentes lugares e situações. Até mesmo em festas, eu já dei de cara com algumas carrancas humanas, simplesmente assustadoras (risos).
Sinceramente, não sei como uma pessoa consegue vive (sobreviver) com uma carranca em seu rosto, pois isso, com certeza, acaba afastando as pessoas e prejudicando muito o seu convívio pessoal e profissional.
Logicamente, no aspecto pessoal, eu posso conseguir como cara metade uma outra carranca humana e aí, com certeza eu serei muito “feliz” (risos). Aliás, tenho um casal de vizinhos com essa característica. Inclusive, quando me deparo com eles, percebo como fica difícil saber qual daquelas duas carrancas humanas é mais feia ou assustadora (risos).
Por consequência, se eu sou uma carranca humana, eu serei, provavelmente, uma pessoa extremamente difícil, pois minha linguagem corporal vai afetar, sobremaneira, as minhas emoções (qualidade de vida).
O mais interessante é que algumas carrancas humanas que conheço acreditam, simplesmente, que estão sempre certas e são os seres mais inteligentes da face da terra, considerando as outras pessoas algo que somente estorva a sua vida (risos).
No fundo, penso que como deve ser pobre o interior dessa pessoa para ter um semblante desse tipo. Com certeza, essa pessoa carrega muitas frustrações, mágoas, ressentimentos e desilusões.
Porém, no final das contas, acabo me divertindo, quando me deparo com alguma carranca dessas e fico pensando; como deve ser triste emanar tal carga negativa para as outras pessoas.
O fato é que, como comentei anteriormente, para aguentar uma carranca dessas, obrigatoriamente, precisarei ser uma outra carranca (risos).
Não que eu goste de pessoas que estão sempre rindo e achando graça de tudo o tempo todo, como verdadeiros bobos alegres, mas, penso, que não custa nada, pelo menos, de vez em quando, colocar um sorriso sincero no rosto!

José Tejada
Professor universitário, escritor, palestrante e coach, jrcdteja@ucs.br, Https://jrcdteja.wixsite.com/meusite
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