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As nuvens de Sucre!

  • Foto do escritor: José Tejada
    José Tejada
  • 4 de dez. de 2020
  • 2 min de leitura

Logicamente a cidade de Sucre, na Bolívia, por ser a cidade natal de minha mãe, sempre terá um lugar especial em meu coração, como não poderia deixar de ser.

Além disso, existe um santuário de Nossa Senhora de Lourdes que é minha santa de devoção. Aliás, sempre que visito Sucre, a primeira coisa que faço, depois de chegar ao hotel, logicamente, é ir a esse santuário para agradecer e, sempre, pedir proteção.

O fato é que Sucre é uma cidade que apresenta muitas particularidades, essa é a verdade. Uma delas é o tempo e, também, o seu antigo aeroporto.

Sucre é uma cidade antiga, tradicional e muito bonita rodeada por montanhas e que se encontra a aproximadamente 2.800 m de altura.

Sucre, além disso, é considerada la cuidad blanca de América e, de certa forma, mantém intacta quase toda a sua arquitetura, influenciada pela colonização espanhola.

O antigo aeroporto de Sucre era considerado um dos mais perigosos do mundo, pois os aviões, para aterrissar, precisavam fazer uma aproximação visual. Na verdade, os aviões entravam entre dois morros numa espécie de portal, um local que foi dinamitado, para proporcionar essa passagem para as aeronaves.

Mesmo sendo perigosa, a chegada à Sucre, sempre me impressionou (frio na barriga), pois, pode-se notar a grande proximidade das montanhas do avião, antes da aterrisagem.

Por outro lado, dependendo do tempo, pode-se ficar “preso” em Sucre pela condição climática. Aliás, eu mesmo já fiquei várias vezes, “preso” em Sucre por isso. Uma vez, inclusive, eu já me encontrava no aeroporto, o tempo estava bastante nublado, é verdade, mas o meu voo estava confirmado e dois aviões já se aproximavam para pousar.

Apesar do tempo nublado, o primeiro avião pousou sem problemas.

O segundo, quando saiu da nuvem, percebi que estava muito alto ainda com relação à pista. O piloto, então, arremeteu a direita o avião, passando por cima do aeroporto. Recordo-me do tremendo barulho dos motores do avião que fizeram todos os vidros da sala de embarque simplesmente tremer. Eu fico imaginando que o susto tenha sido bem maior para os passageiros da aeronave, com toda a certeza.

Ainda fiquei esperando que o piloto voltasse para tentar, mais uma vez, pousar, mas ele não se animou e retornou à Santa Cruz de la Sierra. Como resultado, tive que permanecer mais um dia em Sucre, antes de voltar para o Brasil.

Por isso, sempre, no dia de minha volta, eu acordava, tomava o café no hotel e ficava olhando para o céu de Sucre, pensando se eu conseguiria retornar ao Brasil naquele dia. E sempre que eu via aquelas nuvens cinzas ou escuras, as dúvidas, se eu iria conseguir sair da cidade, assolavam a minha mente.

Aliás, aquelas nuvens sempre me proporcionavam um sentimento de incerteza e de certa tristeza, algo que eu, definitivamente, não gostava de sentir, por mais que eu gostasse tanto de Sucre.

Quando analiso a situação atual da pandemia em nosso país, infelizmente, tenho esse mesmo sentimento.





José Tejada

Professor universitário, escritor, palestrante e coach, jrcdteja@ucs.br, Https://jrcdteja.wixsite.com/meusite

 
 
 

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