Boate Kiss
- José Tejada
- 27 de jan. de 2021
- 2 min de leitura
Hoje faz oito anos da tragédia da Boate Kiss em Santa Maria. Na época, eu me encontrava fora do país, por isso não tive a percepção exata do acontecido, mesmo tendo visto na televisão a CNN noticiar o fato.
Somente depois de ler o livro, “Todo o dia a mesma noite” da Daniela Arbex, pude perceber, com muito mais clareza, a dimensão de tudo o que havia acontecido.
O livro é muito tocante em todos os sentidos, por isso, recomendo muito a sua leitura.
Esse texto objetiva ser uma singela homenagem aos que se foram naquele final de semana de janeiro de 2013, às famílias enlutadas e, também, àqueles que sobreviveram a essa tragédia sem igual em nosso Estado.
Vou escrever aqui os pontos do livro que mais me chamaram à atenção e que são verdadeiras lições de vida em todos os sentidos.
Em primeiro lugar, a coragem de pessoas que ingressaram na boate para salvar pessoas conhecidas ou não e acabaram morrendo. Essas pessoas somente pensaram nos outros; foram altruístas ao extremo ao ponto de, simplesmente, não se importarem consigo mesmas, em prol de ajudar a quem estava lá dentro. Isso me tocou sobremaneira, pois em um mundo tão narcisista e individualista (egocêntrico), ainda vemos pessoas que, realmente, se preocupam com os seus semelhantes. Isso, sinceramente me enche de esperança em todos os sentidos, pois existem ainda pessoas extremamente solidárias (verdadeiros heróis em todos os sentidos).
O segundo grande ensinamento do livro é de valorizar as pessoas que realmente amamos ou são muito importantes para nós, pois, efetivamente, não sabemos, até quando, elas estarão presentes em nossa vida.
O fato é que tudo pode mudar em algumas horas, minutos ou mesmo, até, segundos, por isso, nunca deixe de expressar os seus sentimentos para as pessoas mais queridas, já que não sabemos o dia de amanhã. Nunca brigue ou fique de mal em uma despedida. Sempre se despeça com um cumprimento, abraço ou beijo. Além disso, palavras como eu te amo, gosto muito de você, cuide-se por favor, sempre devem ser ditas nas despedidas.
Outro grande ensinamento é que devemos cultivar a memória das pessoas que amamos. Não podemos esquecê-las, depois que as mesmas se foram. No livro, muitos pais, mantém até hoje, intactos os quartos (roupas) dos filhos mortos na boate e ainda ligam a luz do quarto à noite, como se os seus filhos ainda estivessem presentes fisicamente.
Além disso, a leitura desse livro me fez valorizar ainda mais a vida em todos os sentidos, afinal, a única coisa que, efetivamente, não tem volta como já escrevi diversas vezes, é a morte.
Aliás, os problemas são inevitáveis em nossa vida, assim como as tristezas, frustrações e decepções, mas não podemos esquecer nunca de que, somente o fato de estarmos vivos (com saúde) é sem sombra de dúvida, o maior presente que podemos ter. Em função disso, valorize a vida, lute de peito aberto com todas as dificuldades presentes e eu garanto que, de alguma forma, você chega lá (sucesso), pois, mais do que tudo, precisamos fazer um mundo melhor em todos os sentidos (fazer a nossa parte).

José Tejada
Professor universitário, escritor, palestrante e coach, jrcdteja@ucs.br, Https://jrcdteja.wixsite.com/meusite
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