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Caras de bunda!

  • Foto do escritor: José Tejada
    José Tejada
  • 7 de jun. de 2020
  • 3 min de leitura

Nesse final de semana, resolvi jantar fora depois de muito tempo, devido a pandemia.

Como é de conhecimento geral, os restaurantes da minha região, já estão abertos, porém operando com restrições, tanto em termos de capacidade de atendimento (número de clientes), além do distanciamento de mesas (dois metros).

Cheguei ao restaurante que se localiza em Novo Hamburgo na Sete de Setembro. Esse restaurante sempre primou pela qualidade da comida, organização e atendimento. Inclusive, muitas e muitas vezes, meu almoço de domingo foi nesse mesmo restaurante e isso já faz mais de 20 anos.

Na sua página do Facebook, eles noticiam que estavam seguindo todos os protocolos de saúde requeridos pelo governo para o enfrentamento da pandemia.

Quando cheguei ao restaurante, notei que poucas mesas tinham uma placa de interditada pela questão do distanciamento. Porém, o que mais me chamou à atenção é que o número de mesas e cadeiras era o mesmo de sempre, ou seja, o layout do salão era idêntico. Estranhei mas, até aí, tudo bem.

Só que os clientes começaram a chegar e o restaurante ficou simplesmente lotado! Verdade! Nem mesmo aquelas poucas mesas, com a placa de interditada, foram mantidas (as placas foram retiradas rapidamente). Como não estava ligado o ar condicionado (protocolo), começou a ficar muito abafado o ambiente. Por isso, a certa altura, alguns funcionários abriram as pequenas basculantes desse restaurante, para que houvesse alguma circulação de ar.

Além disso, percebi que a fila para servir o sushi, não tinha qualquer distanciamento e, também, não havia nenhuma marcação no chão referente à distância a ser mantida. Para complicar ainda mais a situação, havia a reserva de enormes mesas (aquelas de churrasco), onde as pessoas se abraçavam e se beijavam sem qualquer preocupação.

Vendo toda aquela cena, sinceramente, me senti como se estivesse numa “janta clandestina” (parecida com algumas festas clandestinas que algumas pessoas insistem em fazer).

Assim, quando uma moça se aproximou e perguntou se estava faltando alguma coisa eu respondi: Me diz uma coisa: Como fica o distanciamento social aqui dentro? Existem mesas “grudadas” com a minha, como se fosse um dia normal! Vocês têm ideia do que estão fazendo aqui? Estamos em plena pandemia, mas parece que vocês não se deram conta disso! Isso, para mim, é muito decepcionante!

Ela se espantou, ficou com uma cara de bunda que só vendo e me respondeu com um senhor migué!: A gente tenta, mas... e se retirou simplesmente da mesa.

Quando eu estava me dirigindo para o caixa, essa funcionária me viu e se distanciou imediatamente (penso que ficou com medo que eu pudesse dizer mais alguma coisa).

Chegando ao caixa, também comentei sobre a questão do distanciamento social. Resultado; mais outra cara de bunda e outro migué de respeito: É que são as pessoas!

Eu disse: frequento esse restaurante faz mais de vinte anos, quando lecionava aqui em Novo Hamburgo. Como vocês podem fazer isso? A pandemia é um problema de saúde pública. Se uma pessoa estiver com Covid 19 aqui dentro, imagina o problema? Vocês estão arriscando a saúde dos clientes e até dos seus próprios funcionários! Ainda complementei: E o pior e o que me deixa ainda mais triste; tudo isso só por uma questão de dinheiro! Eu já percebi.

A funcionária do caixa não falou mais nada (agora a cara de bunda tinha passado para cara de espanto).

Eu me dirigi à saída do restaurante e, para completar a noite, ainda percebi que havia uma fila de espera!

Sinceramente, fiquei revoltado com tamanha falta de respeito pelos clientes.

Além disso, aquele migué (desculpa esfarrapada) das mesas com as plaquinhas de interditada foi, talvez, o que mais me irritou!

A verdade é que não pretendo mais voltar à esse restaurante, pois, para mim, um empresário que não apresenta qualquer tipo de preocupação com a saúde de seus clientes e funcionários, não merece que eu o prestigie de alguma forma.

Também fica um questionamento aqui: O que a vigilância sanitária de Novo Hamburgo está fazendo? Garanto que essa “festa” está acontecendo, desde a reabertura desse restaurante, ou seja, faz mais de duas semanas.

Para contrapor, tenho um amigo que é também é empresário do setor gastronômico. Almoço todo o dia em seu restaurante (Buffet Baldo) em São Leopoldo, sendo que ele cumpre, rigorosamente, todos os protocolos pela saúde de seus clientes. Uma comida ótima, aliado à um ambiente extremamente familiar.

Um empresário que preza pela ética em seu negócio e abriu mão da questão financeira para a segurança de seus clientes e funcionários. Um exemplo, sem dúvida nenhuma!

O fato é que penso que seja extremamente difícil um país dar certo, se não prezarmos pela ética e moral em nossos negócios, só pensando, exclusivamente, na questão financeira.

Para quem conseguiu ler até aqui (agradeço de coração) e está curioso sobre qual é o restaurante de Novo Hamburgo que é objeto desse artigo, vou dar uma pista. O artigo poderia se chamar “Caras de bunda no Grande Garfo”!







José Tejada

Professor universitário, escritor, palestrante e coach, jrcdteja@ucs.br, Https://jrcdteja.wixsite.com/meusite

 
 
 

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