El camarillero!
- José Tejada
- 9 de ago. de 2021
- 2 min de leitura
O significado de camarillero, na língua espanhola, seria aquela pessoa que traz os outros para o seu lado para manter-se no poder, ou mesmo, manter o seu próprio cargo (função) na empresa.
De outra forma, ele sempre forma a sua camarilha para defender, acima de tudo, os seus próprios interesses.
Aliás, geralmente, os camarilleros tornam-se hábeis manipuladores, ou seja, sabem, sutilmente, enganar as pessoas para que as mesmas defendam os seus interesses particulares, sem se darem conta disso.
Li essa palavra outro dia numa reportagem sobre um técnico de futebol boliviano do time da cidade de Sucre, que estava “boicotando” um determinado jogador da sua equipe. A torcida estava reclamando que esse jogador estava na reserva, sendo que o mesmo era considerado muito talentoso.
Na rede social, vários torcedores diziam que não iriam mais ao estádio apoiar o time, se ele não colocasse esse jogador em campo.
Outros diziam, inclusive, que não iriam mais ao estádio, quando esse mesmo técnico permanecesse como treinador da equipe.
Na semana seguinte, acredito que, pela enorme pressão da torcida, esse técnico acabou escalando esse jogador. E sabem o que aconteceu?
Talvez, para a infelicidade desse técnico, esse jogador marcou os dois gols da vitória do seu time. O fato é que se passaram três rodadas, com três vitórias consecutivas desse time que, hoje, está ocupando a vice-liderança do campeonato boliviano (primeira divisão).
O mais paradoxal é que, com os resultados obtidos, a torcida agora está de bem com esse técnico. Todos estão contentes com o desempenho do time e fazem planos até para vencer o campeonato e jogar a Copa Libertadores no ano que vem.
O mais interessante é que, muitas vezes, isso também acontece na empresa. Por questões de vaidade (necessidade de reconhecimento), inveja, e até despeito, alguns profissionais muito talentosos são colocados no “banco de reservas” e são escalados em seu lugar outros que, somente fazem parte da camarilha do chefe.
O mais complicado é que, na empresa, infelizmente, não existe a “pressão da torcida” como existe no futebol, quando o time não vai bem em campo ou perde uma decisão.
Em função disso, o chefe pode colocar até, com determinada tranquilidade, os seus melhores jogadores no “banco de reservas” que ninguém, simplesmente, vai reclamar, mesmo que a empresa perca continuamente a sua competitividade (participação no mercado), pois, equivocadamente, esse chefe pensa que todas as pessoas da sua camarilha são competentes (talentosas) e, além disso, possuem a mesma capacidade ou potencial (risos).

José Tejada
Professor universitário, escritor, palestrante e coach, jrcdteja@ucs.br, Https://jrcdteja.wixsite.com/meusite
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