Flow e infelicidade!

O conceito de flow, segundo o psicólogo húngaro, Mihaly Csikszentmihalyi, corresponde a um estado mental ótimo em que o indivíduo aprende e tem uma performance que traduz a excelência da sua capacidade.

Nesse estado, existe um equilíbrio entre o nível de desafio, a complexidade da tarefa e as capacidades da pessoa. De outra forma, a pessoa é capaz de mobilizar todos os seus recursos como inteligência, imaginação, intuição e criatividade.

Logicamente, quanto maior for o número de atividades que me proporcionem flow em minha vida, maior será a minha motivação em realizar essas tarefas no meu dia a dia. De outra forma, ouso afirmar que quanto maior o tempo em que eu conseguir me manter em estado de flow, maior será a minha felicidade (realização) de uma forma geral.

A verdade é que se o estado de flow for uma constante em minha vida, poderei, às vezes, estar bastante cansado, mas com certeza, estarei muito realizado com o que eu estou realizando em todos os sentidos, essa é a verdade.

Como já escrevi, geralmente, quando estamos em flow, simplesmente não vemos o tempo passar, pois estamos totalmente imersos no que estamos fazendo, o que pode nos proporcionar uma grande fruição.

Porém, o contrário também é verdadeiro. Se eu tenho poucos ou raríssimos momentos de flow, independentemente das atividades que realizo, arrisco dizer que a minha vida perderá muito em termos de sentido ou missão, ou seja, muito provavelmente, não serei uma pessoa realizada e até, às vezes, infeliz.

O fato é que precisamos muito de ter em nossas vidas, pelo menos, algumas tarefas que nos proporcionem desafio, fruição, foco e a sensação de que podemos realizar as mesmas (ter sucesso na execução).

Uma vida onde eu não consiga, em nenhum momento, estar em flow, se resume em uma vida sem sentido, onde eu nunca poderei descobrir o meu verdadeiro talento e, muito menos, desenvolver todo o meu potencial.

Infelizmente, arrisco dizer que muitas pessoas não conseguem entrar em flow, pois não trabalham na sua verdadeira vocação, ou seja, nunca puderam vivenciar uma excelência (dentro da sua capacidade) em termos de performance.

O fato é que a grande maioria das pessoas, infelizmente, não trabalha na sua verdadeira vocação, o que faz com que o trabalho seja um fardo a ser carregado todo o santo dia (às vezes, durante a vida inteira). O mais triste é que, nesse contexto, flow e fruição serão inexistentes. Por isso, ouso aconselhar: Pense bem na escolha da sua profissão, com certeza, essa é uma das decisões mais importantes de toda a sua vida, pois, também, vai influenciar muito a sua vida pessoal.

José Tejada

Professor universitário, escritor, palestrante e coach, jrcdteja@ucs.br, Https://jrcdteja.wixsite.com/meusite