Impressões sobre o povo nordestino

Já faz mais de 20 anos que fui pela primeira vez ao nordeste, com a minha saudosa mãe.

Na época, passamos duas semanas por lá e conhecemos o litoral, desde Alagoas até o Ceará.

Em outra oportunidade, pudemos conhecer Porto Seguro e Prado, cidades no sul da Bahia.

Já em nossa última viagem, um ano um ano antes de sua passagem, conhecemos os famosos lençóis maranhenses, além de São Luís do Maranhão.

Depois da morte de minha querida mãe, também voltei ao nordeste diversas vezes, inclusive tive a oportunidade de conhecer Fernando de Noronha. Portanto, penso que tenho um pouco de credibilidade para falar sobre o povo nordestino.

A realidade é que, de uma forma geral, o povo nordestino é extremamente simples, amável e correto (ético) com o turista.

Aliás, todas as vezes que fui ao nordeste, voltei com a mesmíssima impressão.

Além disso, é um povo de muita fé, apesar de ser sofrido, pois passam por dificuldades de toda a ordem.

Porém, apesar da situação, é um povo extremamente alegre que não se abate facilmente com as dificuldades presentes (que não são poucas).

O fato é que, quase sempre, estão sorridentes e de muito bom humor (alto astral).

Isso acontece com o vendedor de coco na beira da praia, com o dono de uma simples barraca de praia ou, até mesmo, com o proprietário de um restaurante sofisticado.

Em função disso, me entristeceu sobremaneira as críticas de “algumas” pessoas à população dessa região do país, nas redes sociais, por ter votado em determinado candidato a presidente.

Alguns, inclusive, sugeriam boicotes às belas praias dessa região do país, além disso; outros alardeavam que esse povo era pouco instruído e não muito inteligente digamos assim (estou sendo elegante nas palavras).

Aí eu penso: imaginem julgar um povo pela preferência por algum governante em determinada eleição?

Sinceramente, não acho isso justo.

E para justificar a minha opinião, vou dar um exemplo bastante ilustrativo: esse mesmo candidato (pasmem) venceu em Porto Alegre. Sim! Quem tiver dúvida é só se informar a respeito.

Imaginem, então, eu concluir que o porto-alegrense é pouco instruído ou limitado intelectualmente, por ter preferido esse mesmo candidato? Além disso, eu também poderia sugerir um boicote ao turismo em nossa bela capital!

Logicamente eu jamais iria pensar uma coisa dessas, pois, acima de tudo, prezo e respeito a vontade da maioria.

Mais do que isso, gosto muito da nossa capital, pois sou natural de Porto Alegre.

Acima de tudo, penso que precisamos entender que é assim que se configura um regime democrático (respeito pela vontade da maioria), que tantas pessoas defendem, mas acredito que, no fundo, não tenham muito conhecimento a respeito disso.

José Tejada

Professor universitário, psicanalista, escritor, palestrante e coach, jrcdteja@ucs.br, Https://jrcdteja.wixsite.com/meusite