Inveja criativa!
- José Tejada
- 26 de ago. de 2020
- 2 min de leitura
Outro dia estava vendo uma entrevista antiga com o Renato Russo, quando ele falou sobre o título desse artigo. Já escrevi várias vezes sobre esse sentimento tão mesquinho e pernicioso. Não é à toa que a inveja é um dos sete pecados capitais.
Infelizmente, esse sentimento é muito presente em nossa sociedade, pois quase todas as pessoas insistem em comparações de todos os tipos. Preciso ser melhor, mas inteligente, mais bem-sucedido pessoal e profissionalmente, mais magro, bonito, elegante e assim vai (risos).
E se eu, por caso, não for modelo da nada?
Bom, aí o que me resta é tentar boicotar a pessoa ou me “morder todo” de inveja do sucesso ou prestígio dela (risos).
Aliás, penso que estamos imersos em uma competição exacerbada em todos os sentidos. Não que eu seja contra a competição, mas penso que poderíamos focar mais numa competição interna, onde o grande desafio é nos melhorarmos continuamente e não uma competição com os nossos semelhantes. Quando o foco é somente a nossa vida, tudo fica mais leve e claro. O fato é que nunca gostei muito de comparações, pois somos, em tese, iguais (oportunidades e predileções diferentes).
Porém, a inveja criativa, digamos assim, é uma inveja “branca”, ou seja, é aquele sentimento que me motiva a ser melhor do que outra pessoa.
Na verdade, a inveja criativa carrega em seu bojo um sentimento de reconhecimento e admiração explícito e a grande vontade de melhorar o meu desempenho para poder superar essa pessoa.
A inveja criativa, portanto, possui um sentimento de respeito pelo talento da outra pessoa, o que não acontece na inveja comum, digamos assim.
Particularmente, penso que podemos e, até devemos, sempre, admirar as pessoas talentosas. Elas deveriam servir de exemplo e inspiração para nós e não gerar um sentimento de inveja (boicote) que no fundo, só prejudica, mais cedo ou mais tarde, o próprio invejoso.
Como trabalhamos em um processo de coaching, o talento pode ser modelado, pois o sucesso sempre deixa pistas. De outra forma, a modelagem tem o mesmo objetivo da inveja criativa, onde eu estou motivado a superar o meu desempenho para ser melhor a cada dia, tendo, como modelo, o resultado (sucesso) de outra pessoa.
Cá entre nós, se eu não puder evitar a inveja, que pelo menos, seja uma inveja criativa, pois a inveja comum é, simplesmente, sórdida em todos os sentidos. Porém, parece que a grande maioria das pessoas prefere ter somente inveja, pois, ela dá muito menos trabalho, com toda a certeza (risos).

José Tejada
Professor universitário, escritor, palestrante e coach, jrcdteja@ucs.br, Https://jrcdteja.wixsite.com/meusite
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