Não estou nem aí!
- José Tejada
- 6 de ago. de 2020
- 2 min de leitura
Acredito que todos nós temos muitos exemplos, durante essa pandemia, de descaso com os demais. Pessoas que nunca estão de máscara, não respeitam a distância mínima de outra pessoa e assim vai.
Logicamente, existem pessoas que respeitam o seu semelhante e fazem a sua parte. São pessoas que não querem, de forma alguma, prejudicar alguém.
Acredito que essas pessoas tenham uma empatia muito bem desenvolvida, ou seja, são verdadeiramente capazes de se colocar no lugar do outro.
Porém, de uma forma geral, a falta de empatia é muito marcante e presente em nossa sociedade. Infelizmente, as pessoas tem consciência que devem ser altruístas e empáticas, mas poucas efetivamente são.
Infelizmente, como estamos em uma sociedade muito individualista, a maior preocupação das pessoas é consigo mesma. Triste, mas tenho essa impressão.
Na maioria das organizações, esse espírito não é diferente. Cada um defende o seu território (departamento ou cargo) com unhas e dentes, sempre pensando em seu interesse próprio ou conveniência.
Valores como empatia e, principalmente, meritocracia não passam de discursos mais do que vazios em última análise.
No início da minha carreira, ingenuamente, eu pensava que o fator político somente existisse na empresa pública. Ledo engano. O fator político está, infelizmente, impregnado em nossa sociedade. E isso inclui organizações de todos os tipos.
O paradoxal é que mesmo estando em um ambiente extremamente competitivo (acirrada concorrência), na maioria das empresas, o fator político é dominante. Isso, logicamente, afeta a competitividade da mesma, mas parece que os seus dirigentes não percebem (enxergam) ou se fazem de desentendidos (João-sem-braço). Não sei qual é o pior.
O fato é que o mercado, simplesmente, não perdoa.
Pegando um exemplo do futebol; uma empresa, se quiser se destacar no mercado, precisa, obrigatoriamente, colocar em campo os seus melhores jogadores (talentos) e deixar os reservas (medíocres e ruins) no banco, além de ter um técnico (líder) muito competente.
Algumas empresas fazem justamente o contrário, pelo fator político e, o pior, depois ainda se queixam que o mercado está muito concorrido e difícil. Dá para entender isso?
Parece que, no fundo, não estão nem aí para a própria sobrevivência da empresa no mercado. O mais importante é a sua sobrevivência pessoal e ponto final!
E o mais preocupante; nesse ambiente, com certeza, as pessoas talentosas, se sentirão como verdadeiros peixes fora d’água.

José Tejada
Professor universitário, escritor, palestrante e coach, jrcdteja@ucs.br, Https://jrcdteja.wixsite.com/meusite
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