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O diário de Anne Frank

  • Foto do escritor: José Tejada
    José Tejada
  • 27 de jul. de 2023
  • 3 min de leitura

Esses dias acabei a leitura desse livro que virou um verdadeiro clássico da literatura mundial, por isso, resolvi escrever um artigo sobre os grandes ensinamentos presentes nesse livro tão corajoso, escrito por uma adolescente, entre os seus 13 e 15 anos, em Amsterdam, na Holanda.

O livro, ao mesmo tempo, apresenta simplicidade e profundidade, o que o torna muito cativante e interessante sob todos os pontos de vista.

O primeiro aspecto que me chamou muito a atenção é a maturidade dessa menina. Penso que as dificuldades e problemas acabam nos amadurecendo precocemente, sem sobra de dúvida.

Anne Frank mostra no livro que se conhece muito bem em termos de personalidade (autoconhecimento), revelando uma ótima autocrítica para a sua idade. Ela descreve os seus sentimentos e, também, os seus grandes defeitos (aquilo que precisa melhorar).

Também no livro, está muito presente a complexidade do relacionamento humano. Anne não se dava bem com a sua mãe, somente com o seu pai, mas isso não evitava que ela discutisse com ele e o enfrentasse algumas vezes.

A realidade é que mesmo estando aprisionada no sótão de uma casa, com mais 7 pessoas, isso não a impedia de se sentir sozinha na maior parte do tempo. Isso me fez lembrar o que o meu pai dizia: Meu filho, a pior solidão é a acompanhada. De outra forma, podemos estar em um grupo de pessoas e nos sentirmos absolutamente sozinhos. Particularmente, eu já passei por isso e, confesso que é muito desconfortante.

Além disso, a menina descreve a personalidade das pessoas nesse esconderijo e como a maioria, diversas vezes, só pensa em si mesma, apesar da situação caótica presente na maior parte do tempo.

Outra coisa marcante nesse relato é que Anne nunca perdeu a esperança que pudesse voltar a uma vida normal, ou seja, ela tinha sonhos para o seu futuro (estudar e se formar). Queria ser uma jornalista e trabalhar ajudando as pessoas mais necessitadas.

Aliás, quando ela chorava e se sentia desesperada, dizia, para si própria que existiam pessoas que estavam sofrendo muito mais do que todos naquele esconderijo e por isso era injusta a sua reclamação.


“Mas onde há esperança há vida. Ela nos enche de coragem renovada e nos torna forte outra vez.”

Anne Frank


Porém, ela tinha consciência que a sua vida poderia ser interrompida a qualquer instante se o esconderijo fosse descoberto pelos nazistas, o que acabou, infelizmente acontecendo, na manhã de 4 de agosto de 1944.

Mesmo assim, quando Anne falava nessa hipótese, dizia que precisava encarar a morte de cabeça erguida, pois eles não tinham feito nada de errado e que um dia a verdade iria aparecer e os alemães (Hitler) seriam desmascarados.

É muito interessante comentar que esse livro surge da necessidade dessa menina em desabafar com alguém, por isso ela dá um nome ao seu diário (Kitty).

De outra forma, a escrita se torna uma espécie de desabafo para essa menina, uma autêntica catarse que, muitas vezes, sinto quando estou escrevendo, dependendo do tema em questão.


“A melhor coisa é poder escrever todos os meus pensamentos e sentimentos; do contrário, iria me sufocar. O papel é mais paciente do que as pessoas. O fato de escrever me levantou um pouco das profundezas do desespero”.


Anne Frank



Porém, talvez o aspecto que mais me chamou a atenção, no livro, foi o encantamento dessa menina pela força da natureza, talvez ocasionada pelo seu longo isolamento.

Através de uma pequena janela e, somente em alguns dias, ela podia se sentar no sótão para apreciar o vento, o sol, as nuvens, a neve, enfim, a manifestação da natureza em cada estação.

Ela dizia que a natureza fazia com que ela se sentisse humilde e pronta para enfrentar cada golpe com a coragem necessária. Além disso, ela enfatizava que a natureza era a única coisa para a qual não havia substituto.


“Saia, vá para o campo, aproveite o sol e tudo que a natureza tem para oferecer. Saia e tente recapturar a felicidade que há dentro de você; pense na beleza que há em você e em tudo ao seu redor, e seja feliz.”


Anne Frank


Esse livro simples, profundo e corajoso me mostrou que precisamos, mais do que nunca, valorizarmos as pequenas, grandes coisas da vida (desfrutar, com felicidade, a nossa existência com quem amamos), que em nossa correria diária, muitas vezes, esquecemos por completo.


José Tejada


Professor universitário, psicanalista, escritor, palestrante e coach, jrcdteja@ucs.br, Https://jrcdteja.wixsite.com/meusite





 
 
 

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