O incompetente simpático!

Como já escrevi anteriormente, sempre, me chamou a atenção a incompetência presente em quase todas as organizações que interagi em minha carreira.

Infelizmente, com o passar do tempo, pude perceber que nenhuma organização, por mais competente que seja, diga-se de passagem, está livre de possuir em seus quadros alguns colaboradores incompetentes! Imaginem, então,as empresas medíocres?

Num ambiente de mediocridade, com certeza, a incompetência vai achar um terreno muito fértil para se proliferar, com muita facilidade, em todos os sentidos.

O grande problema é que alguns incompetentes são muito simpáticos, além disso, sabem se vender muito bem, ou seja, possuem uma ótima capacidade de relacionamento interpessoal. Esses incompetentes são sorridentes, às vezes até divertidos, além disso, gostam muito de dar tapinha nas costas de todo o mundo para vender positivamente a sua imagem na empresa.

Esse comportamento acaba fazendo com que sejam bem vistos pelos seus colegas e superiores, que não conseguem perceber que nem sempre a simpatia vem acompanhada da competência! Isso mesmo! Esses profissionais conseguem mascarar a sua incompetência flagrante sendo “gentis” com os seus colegas de trabalho!

Em função disso, muitas vezes, a direção não se dá conta do verdadeiro valor agregado desses colaboradores, pois se relacionam bem com os mesmos.

E como nós não possuímos uma cultura meritocrática nas empresas, esses incompetentes simpáticos podem ter uma vida muito longa nas organizações, pois podem enganar muita gente por muito tempo.

Além disso, para complicar ainda mais a situação, esses incompetentes simpáticos, fingem todo o tempo que trabalham muito, ou seja, que estão sobrecarregados de atividades, pois querem parecer indispensáveis para a organização. Uns inclusive, quando o chefe fica até mais tarde, também permanecem na empresa, mesmo sem ter nada para fazer; o objetivo é mostrar ao chefe, um comprometimento com a empresa.

O fato é que esses incompetentes simpáticos são preguiçosos por natureza, ou seja, colocar efetivamente a “mão na massa” não é com eles! Alguns, inclusive, ouso afirmar, nem mesmo gostam de seu trabalho!

Em suma, esses incompetentes simpáticos vivem todo o tempo encenando um trabalho que não fazem e uma competência que não possuem, ou seja, se convertem em ótimos atores no mundo corporativo.

A realidade é que, algumas direções, não se dão conta disso por serem também incompetentes (risos). Nesse caso, vale aquele ditado: “Numa terra de cegos, quem tem um olho é rei”!

Por outro lado, preciso confessar que, infelizmente, já fui enganado várias vezes com o papo de um incompetente simpático, pois ele, geralmente, sabe se promover muito bem, pois é um manipulador nato, ou seja, já fui iludido por alguns incompetentes simpáticos por certo tempo, diga-se de passagem. Logicamente, esse “teatro de competência” tem tempo definido, pois como disse Lincoln: Podemos enganar muita gente por muito tempo, mas não todos por todo o tempo!

Por isso, precisamos tomar muito cuidado com alguns muito “simpáticos” no ambiente organizacional (bajuladores), pois, talvez, eles não sejam tão competentes assim, mas podem permanecer por um bom tempo na empresa, enganando aqui e ali, ou seja, fazendo de conta que desenvolvem um excelente trabalho (encenação orquestrada), o que vai prejudicar a competitividade da empresa como um todo.

Penso que, acima de tudo, em uma empresa que almeja melhorar continuamente a sua competitividade, o que deve prevalecer é a valorização da competência (valor agregado) de cada colaborador e ponto final. Por isso, a questão pessoal precisa e deve ficar em segundo plano, afinal, qualquer organização precisa ter lucro, por uma simples questão de sobrevivência.

José Tejada

Professor universitário, escritor, palestrante e coach, jrcdteja@ucs.br, Https://jrcdteja.wixsite.com/meusite