O papelão!
- José Tejada
- 7 de jun. de 2021
- 2 min de leitura
A palavra papelão significa, no sentido informal: vergonha, vexame, besteira, merda, cagada.
Na verdade essa expressão é antiga e, algumas vezes, foi usada por meu pai, quando eu fazia besteiras e bobagens, principalmente, na minha adolescência.
No tênis, ele dizia, literalmente: Mas que papelão hein meu filho? Alguns amigos teus me comentaram o que aconteceu contigo hoje? Nunca te viram jogar tão mal!
Logicamente, eu não gostava nenhum pouco de ouvir isso do meu querido e saudoso pai.
Por um lado, eu me sentia diminuído (afetava a minha autoestima), mas por outro lado, aquelas palavras me mostravam que eu sempre precisava manter “minha cabeça menor do que o meu chapéu”, ou seja, que eu sempre precisava prezar pela humildade e simplicidade, independentemente das circunstâncias envolvidas (de qualquer sucesso conquistado).
Por isso, no tênis, eu fazia de tudo para não decepcioná-lo em hipótese alguma e, por isso, acredito que fiz poucos papelões jogando torneios.
No fundo, esses papelões também me mostraram que nem sempre estaremos desempenhando com excelência, pois não somos perfeitos (falíveis).
Além disso, esses papelões me ajudaram a ser sempre precavido dentro e fora da quadra e a, principalmente, a nunca “cantar vitória” antes da hora, independentemente do adversário.
Acima de tudo, aprendi, com o tempo, que todo o jogo sempre é decidido dentro da quadra, essa é a verdade! Em nossa vida é a mesma coisa. Tudo é fruto de muita preparação e trabalho e de dar o nosso melhor na hora h, digamos assim. Não há segredo.
O mais interessante é que essa palavra sempre, de certa forma, permaneceu em meu subconsciente, acredito.
Aliás, internamente, minha voz interior sempre me diz, antes de uma aula, palestra, mentoria ou consultoria: Tejada! Não vai me fazer um papelão, pelo amor de Deus (risos)!

José Tejada
Professor universitário, escritor, palestrante e coach, jrcdteja@ucs.br, Https://jrcdteja.wixsite.com/meusite
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