O pior inimigo da meritocracia!
- José Tejada
- 26 de jan. de 2020
- 3 min de leitura
Já escrevi inúmeras vezes sobre a questão da meritocracia, ou seja, de reconhecer as pessoas mais talentosas e valorizá-las na sociedade e, por tabela, nas empresas.
Aliás, penso que qualquer empresa que queira atingir patamares mais altos em termos de competência ou competitividade, precisa, com certeza, formatar um ambiente meritocrático.
Até mesmo o governo de um país que almeja ser de primeiro mundo, precisa prezar pela meritocracia em suas decisões. Imaginem se um governante escolhesse somente pessoas altamente competentes para os seus principais assessores? Aposto que ele quase poderia virar as costas que o seu governo seria, com certeza, muito eficaz em todos os sentidos e o mesmo garantiria a sua reeleição.
O fato é que competência atrai competência e se eu tenho assessores extremamente competentes você já pode imaginar o resultado de tudo isso.
Interessante que quando comento isso em algumas palestras ou em aula, a uma concordância simplesmente geral quanto a essa questão.
Uma organização é criada para dar resultados e ponto final. Aliás, os resultados é que vão determinar, em tese, a sobrevivência de qualquer organização, por isso, a questão de meritocracia é tão estratégica em todos os sentidos.
Por consequência, qualquer empresa que se preze,precisa saber quais são os seus verdadeiros talentos e fazer de tudo para valorizá-los, a fim de que os mesmos consigam desenvolver todo o seu potencial em termos de performance, ou seja, maximizem o seu desempenho para que a organização atinja todos os seus objetivos.
Por outro lado, percebo que esse ambiente meritocrático, de forma geral, não se verifica em nossa sociedade e, muito menos, nas empresas. Nos acostumamos a trabalhar com os nossos amigos (cupinchas), essa me parece a realidade presente.
Na verdade, em praticamente todas as empresas que trabalhei, nunca verifiquei um ambiente meritocrático. Parece que “alguns” chefes precisam se cercar de verdadeiros bajuladores e puxa-sacos que sempre concordam com ele. Isso parece que fortalece a sua “autoestima”, mas é muito nefasto para os negócios.
Além disso, parece que não lidamos muito bem com gente talentosa, pois esses profissionais nos despertam uma “certa” inveja, em vez de serem motivo de nossa admiração. Repare como era tratado no colégio, o aluno mais inteligente de nossa classe?
Nesse contexto, chego à conclusão de que o pior inimigo da meritocracia é a própria incompetência! Sim! Em um ambiente em que a incompetência domina, o talento é simplesmente muito mal visto, às vezes, até odiado, diga-se de passagem.
O fato é que em um ambiente meritocrático, o que conta é o resultado e ponto final. De outra forma, eu preciso sempre valorizar e, principalmente, trabalhar com os melhores, independentemente de minhas preferências pessoais.
O que fala sempre mais alto é aspecto profissional e não pessoal. Recomendo a leitura de qualquer livro sobre os SEALs, que são os soldados de elite da marinha norte-americana. Os norte-americanos são simplesmente os mestres em planejamento e trabalho de equipe. Nesse aspecto, eles têm muito a nos ensinar.
“É imperativo que os líderes estimulem dentro de sua organização uma cultura de humildade, trabalho em equipe e foco na missão. E isso começa do topo. Os melhores líderes, por exemplo, devem ser os que dão o crédito, não os que os tomam para si. Compartilhar os créditos demonstra que você joga em equipe, que está mais interessado na equipe do que em você.”
Rob Roy

José Tejada
Professor universitário, escritor, palestrante e coach, jrcdteja@ucs.br, Https://jrcdteja.wixsite.com/meusite
Comments