O prazer da evolução!

Por questões de saúde fiquei sem correr e fazer qualquer exercício físico por três semanas a um tempo atrás. Foi um período bastante complicado, pois gosto muito de fazer exercícios físicos diariamente.

Aliás, em minha rotina normal, consigo correr duas vezes ao dia. De manhã bem cedo e à tardinha ou início da noite. De manhã, corro uma hora aproximadamente e, no final da tarde, uma corrida mais leve de 20 minutos.

Aliás, faz muito tempo que corro diariamente (praticamente 7 dias por semana), por isso parar de fazer exercício por três semanas, praticamente, não foi nada fácil, já que sou muito ativo e, também, ansioso, preciso admitir.

No primeiro dia em que voltei a me “exercitar”, caminhei uns 40 minutos e as minhas pernas, depois disso, simplesmente, endureceram. Voltei para casa, me sentei no sofá, pois essa caminhada me deu um grande mal estar.

No segundo dia, dei uma caminhada mais leve aquela estilo “vendo as vitrines”, digamos assim. Voltando para casa, já me senti melhor.

Nos dois outros dias, também, caminhadas bem leves e descompromissadas. Já no quinto dia, coloquei meu tênis de corrida, minha roupa esportiva e consegui caminhar uma hora num bom ritmo. No final, quis dar um trote de uns 15 metros para ver como eu estaria para começar a correr. Trotei por essa distância e fiquei muito tonto pelo esforço adicional. Com isso, fiquei um pouco abatido, pois não gosto muito de caminhar, já que meu gosto é mesmo por correr e pensei que demoraria ainda um bom tempo para voltar às minhas corridas diárias.

No outro dia, tentei algo diferente. Já sai correndo bem de leve para ver como o meu corpo reagiria e tive uma grande surpresa (alegria), pois consegui correr, sem ficar tonto, por 12 minutos. Caminhei o restante do percurso de volta ao meu apartamento (1 hora).

No dia seguinte, pensei, vou correr um pouco mais. Dito e feito, consegui correr 20 minutos. No terceiro dia, 32 minutos. Depois 40 minutos e foi assim até correr, depois de uma semana, 1 hora.

O fato é que a cada dia parecia que o meu corpo estava mais forte e revigorado. Parecia que correr mais era uma necessidade diária. Mas o mais interessante foi a questão da evolução. A verdade é que, a cada dia que eu corria mais, eu me sentia mais feliz (realizado) em certo sentido. Penso que essa satisfação foi originada pelo prazer de acompanhar a minha evolução física, depois desse recesso forçado.

É impressionante como o nosso corpo necessita de movimento e como ele tem uma grande capacidade de adaptação (regeneração).

Outro aspecto, também, que percebi é que, correndo, eu estava muito mais perceptivo do que antes, pois eu conseguia prestar mais atenção ao que estava acontecendo à minha volta (entorno). Por exemplo, eu conseguia perceber toda a manhã, o canto dos passarinhos, o som do vento batendo nas árvores, conseguia admirar a beleza do céu (desenho das nuvens), etc. Coisas que, para mim, antes, passavam, com certeza, totalmente despercebidas, eu diria.

A verdade é que, com certeza, comecei a valorizar muito mais a vida depois desse período de doença, pois, com certeza, é uma grande dádiva somente estar com saúde.

Infelizmente, muitas vezes, só nos damos conta disso, quando a doença bate a nossa porta.

Porém, acima de tudo, percebi que precisamos ter a capacidade de sentir prazer pela nossa evolução pessoal ou profissional. Cada dia deve ser uma grande oportunidade de sermos melhores (estudo e aprendizado).

Mais do que tudo, precisamos ter a sensibilidade para apreciarmos a nossa evolução pessoal (profissional), ou seja, curtir muito a paisagem proporcionada pela “estrada da evolução”, pois como dizia Miguel de Cervantes: A grande aventura está na viagem e não na estalagem.

José Tejada

Professor universitário, escritor, palestrante e coach, jrcdteja@ucs.br, Https://jrcdteja.wixsite.com/meusite