O que minha mãe me ensinou?
- José Tejada
- 31 de mai. de 2020
- 3 min de leitura
Já escrevi alguns textos sobre minha querida e saudosa mãe. Com toda a certeza, ela foi um exemplo mais do que inspirador, para mim, em todos os sentidos. Um ser humano por excelência, digamos assim. Não por ser minha mãe, mas isso é a mais pura verdade. Quem a conheceu não vai me deixar mentir.
A primeira coisa é sempre ver o lado bom de tudo o que acontece em nossa vida. Nunca vi minha mãe desmotivada ou abatida, independentemente da situação enfrentada. Nem mesmo depois do falecimento de meu pai ou em alguns momentos, que enfrentamos dificuldades financeiras. Logicamente, ela ficou extremamente triste com o falecimento de meu pai, mas, com o tempo, ela conseguiu dar a volta por cima.
Também ela me ensinou a tentar enxergar o lado bom de cada pessoa, por pior que ela fosse (risos). Ela sempre conseguia fazer isso.
Além disso, ela me mostrou que se amamos alguém, não podemos nos economizar em nenhum aspecto. Ela sempre foi mais do que dedicada a mim em sua vida, esquecendo, muitas vezes, até de si mesma, para me ajudar no que quer que fosse. Ela era um perfeito exemplo de uma pessoa com um altruísmo extremado.
Ela me ensinou também a ter sempre esperança em dias melhores, fossem quais fossem as dificuldades enfrentadas.
Era uma pessoa que amava a vida acima de qualquer coisa e sempre estava disposta a ajudar quem quer que fosse (mesmo não conhecendo a pessoa).
Além disso, ela sempre foi muito corajosa em todos os sentidos, pois saiu de sua cidade natal na Bolívia, Sucre para viver com meu pai no Brasil, em Cuiabá.
Meu pai era também engenheiro civil. Eles vieram ao Brasil para abrir estradas no Mato Grosso. Minha mãe trocou o conforto da casa de seus pais por um acampamento de construção de estradas. Imagine na época o que era abrir estradas no Mato Grosso? Meu pai me contava que eles tinham que lidar com todas as espécies de animais na floresta, desde serpentes venenosas, leões, tigres, etc. E minha mãe nunca esmoreceu.
Além disso, tinha o clima da região. Na época, um calor insuportável, bem diferente de Sucre, que fica a uma altitude de aproximadamente 2800 m acima do nível do mar.
Sinceramente, não sei como minha mãe possuía tamanha resistência e resiliência.
Ela também me ensinou que o amor é fundamental em nossa vida, assim como o perdão. Ela não guardava rancor de ninguém e sempre conseguia perdoar as pessoas.
O fato é que minha mãe me proporcionou um maravilhoso legado em todos os sentidos, pois foi sempre um exemplo a ser seguido por mim.
Foi justamente por isso, que meu primeiro livro publicado foi dedicado à ela.
Logicamente, senti enormemente a sua partida em 2005. Aliás, a saudade permanece até os dias de hoje. Ainda, de vez em quando, ainda sonho com ela...
Penso que eu não poderia ter tido uma mãe melhor, posso afirmar isso com a mais absoluta certeza.
Como eu dizia para ela e, também, escrevia em alguns cartões no dia das mães, no seu aniversário, Natal ou Páscoa: para a melhor mãe do mundo!
Agora, refletindo, profundamente, sobre tudo o que ela me ensinou; vejo que, infelizmente, não consegui aprender tudo (nem metade, talvez), pois ela era um ser humano extremamente diferenciado em todos os sentidos, o que infelizmente, não é o meu caso, pois tenho muitas limitações em todos os sentidos e estou muito consciente das mesmas! Mesmo assim, sou extremamente grato, por ter tido a maior sorte do mundo de ter tido uma mãe simplesmente perfeita para mim.

José Tejada
Professor universitário, escritor, palestrante e coach, jrcdteja@ucs.br, Https://jrcdteja.wixsite.com/meusite
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