O tanque!

Nunca gostei muito de armas de guerra ou algo parecido. Porém, quando estava visitando Bogotá, na Colômbia, e me encontrava na feira de San Telmo que acontece nos domingos nessa cidade, reparei no trabalho em ferro e metal de uma artesã que me chamou muito à atenção.

Essa artesã tinha uma infinidade de esculturas extremamente bonitas e bem-feitas: aviões, helicópteros, motoniveladoras, tanques, robôs, etc.

Particularmente adoro pinturas, esculturas e outros objetos de arte.

Naquele dia, acabei adquirindo um tanque de guerra.

Depois, fiquei refletindo porque eu tinha adquirido aquela peça, pois, como escrevi acima, não prezo muito por armas de guerra ou coisa parecida. Porém, de alguma maneira, aquele tanque acabou me atraindo subliminarmente.

Voltei ao hotel à noite e fiquei pensando porque não comprei o avião (gosto tanto de viajar) ou mesmo, a motoniveladora, para lembrar meus tempos em que trabalhei em estradas de rodagem (trecho)?

Fiquei pensativo porque aquele tanque de guerra tinha me atraído tanto. Pensando mais percebi que, muitas vezes, em nossa vida precisamos nos comportar como verdadeiros tanques de guerra.

Acredito que um tanque de guerra não seja um veículo militar muito ágil, mas com certeza, ele é muito forte para aguentar a artilharia do inimigo e, também, para poder contra-atacar com eficácia.

O fato é que, à medida que fui amadurecendo, pude perceber, com muita clareza, que precisamos de muita resiliência para aguentar todas as porradas que a vida vai nos dar, sem esmorecer ou mostrar abatimento.

Talvez, a maior arma que possamos ter é a capacidade de nos reerguermos quantas vezes forem necessárias, para alcançar os nossos sonhos (realizações), apesar das inevitáveis frustrações e desilusões do caminho.

Além disso, algumas vezes, precisamos ter a coragem de responder à altura (contra-atacar) algumas provocações, para demonstrar que ninguém tem o direito de nos desrespeitar, menosprezar ou enganar, independentemente das circunstâncias.

Acredito que, por isso, aquele tanque de guerra me chamou tanto à atenção. Inclusive, fiquei um pouco receoso em levá-lo em minha bagagem de mão na volta da viagem.

O pessoal da segurança do aeroporto de Bogotá (El Dorado), que é muito rígido na fiscalização de bagagem, acabou analisando a escultura e, para minha surpresa, eles comentaram em espanhol: que bela peça de arte! Logicamente, fiquei aliviado e muito feliz com o ocorrido.

Acredito que cada obra, escultura, livro, objeto, apresenta determinado significado para cada pessoa o que, com certeza, diz muito com relação a sua personalidade.

José Tejada

Professor universitário, escritor, palestrante e coach, jrcdteja@ucs.br, Https://jrcdteja.wixsite.com/meusite