O vazio existencial!
- José Tejada
- 28 de jun. de 2021
- 2 min de leitura
Interessante comentar como esse mundo tão tecnológico e rápido pode fazer com que muitos seres humanos sintam, uma vez ou outra, um grande vazio existencial.
O fato é que, atualmente, o instinto de um ser humano nem sempre pode lhe dizer o que ele deve fazer. Aliás, às vezes, nem o próprio ser humano sabe o que fazer.
Segundo a logoterapia, o vazio existencial se manifesta, principalmente, num estado de tédio.
Schopenhauer dizia que a humanidade estava fadada a oscilar entre os dois extremos de angústia e tédio.
A verdade é que, com o avanço da tecnologia, o trabalhador terá uma maior quantidade de horas livres ou de lazer. E o mais triste; talvez, muitos deles, não saibam o que fazer com esse tempo adicional.
Alguns exemplos de perguntas que podem ser muito inquietantes nos tempos atuais.
O que você faz com as suas horas livres (finais de semana e feriados)?
Você é realmente capaz de se desligar da sua rotina nas suas horas de folga?
Você consegue aproveitar com intensidade o seu tempo livre?
Ou melhor, você consegue ser, realmente, feliz em seu tempo livre?
A realidade é que, algumas pessoas, ficam tão envolvidas com o seu trabalho que apresentam uma neurose dominical, ou seja, sentem um enorme vazio quando não estão na empresa trabalhando.
De outra forma, quando cessa o corre-corre da semana, essas pessoas sentem muita falta de conteúdo em suas vidas. Diversos fenômenos como: depressão, agressão e vícios vêm acompanhados desse vazio existencial.
O mais interessante é que esse vazio existencial também aparece sob as mais diferentes “máscaras” como trabalho, dinheiro e prazer.
Inicialmente, algumas pessoas, literalmente, se “afundam” no trabalho para não poderem parar e refletir sobre as suas vidas (sentido da vida).
Outras só pensam em ganhar cada vez mais dinheiro, mesmo que as suas necessidades estejam mais do que satisfeitas em todos os sentidos (ganância desenfreada).
Já, algumas pessoas, buscam fugas como uma compensação sexual, nesse caso, a sua libido assume proporções descabidas, beirando a promiscuidade.
Finalmente, outras pessoas buscam drogas (lícitas e ilícitas) para aplacar, de alguma maneira, esse vazio existencial.
O mais preocupante é que grande parte dos suicídios pode ser atribuída a esse vazio existencial que, infelizmente, está muito presente em nossa sociedade atual, onde o “virtual” sobrepôs o “presencial”.

José Tejada
Professor universitário, escritor, palestrante, mentor e coach, jrcdteja@ucs.br, Https://jrcdteja.wixsite.com/meusite
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