País da gambiarra!

2019 nem bem começou e o nosso país está enfrentando tragédias de toda a ordem. Desde o viaduto que cedeu perigosamente em São Paulo, passando por Brumadinho e o incêndio no Ninho do Urubu.

Sempre comento em minhas aulas que, como profissional, temos que ter um espírito de excelência, ou seja, procurar, de todas as formas, fazer sempre o melhor trabalho possível, dentro da nossa capacidade.

Como se sabe, excelência é uma questão de atitude, a atitude de fazer as coisas muito bem feitas, talvez, não tanto pelo reconhecimento em si, mas por uma questão de satisfação pessoal e ponto final. Aliás, não custa muito fazer um trabalho bem feito e que não vai precisar de nenhum reparo.

Quando amamos o nosso trabalho, acredito que a excelência venha de uma forma até natural. A realidade é que quando, verdadeiramente, trabalhamos em nossa vocação, as coisas parecem fluir de uma forma adequada, pois o trabalho nos proporciona um enorme prazer, já que estamos realizando as nossas tarefas de coração!

Infelizmente, esse espírito de excelência não está presente, de uma forma geral, em nosso país. Não possuímos uma cultura de excelência, diferentemente de alguns países de primeiro mundo.

Como ainda somos o “país do jeitinho” o que impera é a gambiarra. No dicionário gambiarra significa como adjetivo: precário, tosco, mal acabado, feio. Se analisarmos friamente, todas essas tragédias poderiam ter sido evitadas se tivéssemos um espírito de excelência, o que inclui, logicamente, planejamento.

Como engenheiro, posso afirmar que uma obra de arte muito bem construída pode durar uma eternidade, se for minimamente mantida, ou seja, é necessária uma manutenção periódica.

Em nosso país, infelizmente, de uma forma geral temos esse pensamento: “Deixa assim, não vai dar nada”! Até que as coisas acontecem.

A verdade é que, como cidadãos brasileiros, precisamos ser mais autorresponsáveis por nossas atitudes de uma forma geral. Chega de fazer gambiarras de toda a ordem para tapear um trabalho mal feito!

Reparem nas empresas; como a maioria dos colaboradores faz seu trabalho? A grande maioria, infelizmente, não preza pela excelência, posso comprovar. E uma das razões é que poucos trabalham em sua verdadeira vocação. Poucos verdadeiramente amam o seu trabalho, por isso, ainda o índice de desmotivação é tão elevado. E o pior: em um ambiente desmotivador a gambiarra vai simplesmente reinar, eu posso garantir!

Acima de tudo, precisamos entender que ainda que não trabalhemos em nossa verdadeira vocação, precisamos sempre tentar fazer o melhor, pois um país desenvolvido começa com uma atitude de excelência de seu povo!

José Tejada

Professor universitário, escritor, palestrante e coach: Http://google.com/+josetejadaprofessor, jtejada@terra.com.br