Sucesso e arrogância!
- José Tejada
- 30 de jan. de 2021
- 3 min de leitura
Acredito que todas as pessoas busquem sucesso em sua vida e isso, simplesmente, não tem nada de mal, pois é muito interessante que a nossa vida, de alguma forma, frutifique (gere bons frutos).
O único cuidado é que todo sucesso tem algumas armadilhas que precisamos estar muito atentos, pois se não seremos presas fáceis.
A realidade é que se o sucesso não for bem administrado poderá me tornar, de uma hora para outra, uma pessoa arrogante em todos os sentidos e a arrogância pode ser um inimigo invisível e destruidor em minha trajetória pessoal e profissional.
Lendo diversas biografias de esportistas de muito sucesso; vários admitem que sua carreira foi muito prejudicada, pois o sucesso (prestígio, reconhecimento, fama, dinheiro, poder) os tornou arrogantes. Por exemplo, Mike Tyson, talvez um dos melhores pugilistas de todos os tempos, diz em seu livro autobiográfico “A verdade nua e crua”, que a sua primeira derrota, defendendo o título unificado dos pesos pesados se deu, pois ele, simplesmente, não havia treinado para aquela luta.
Acelino “Popó” Freitas, talvez, o nosso maior e mais talentoso boxeador, comenta em sua autobiografia “Com as próprias mãos”: É muito difícil lidar com a fama, sucesso, prestígio, dinheiro. Eu não soube lidar com isso e, por isso, perdi lutas que poderia ter ganho, se mantivesse os meus pés no chão (humildade). O sucesso subiu a minha cabeça, por isso meu desempenho declinou.
O mais perigoso é que a arrogância é sorrateira, silenciosa, pois não nos damos conta de que ela está tomando conta de nossa vida. O fato é que a arrogância pode até nos cegar, já que não percebemos, em certo sentido, a mesma.
A realidade é que, paradoxalmente, nenhum arrogante se considera arrogante, pois ninguém gosta de carregar essa pecha.
Por isso, todo o cuidado é pouco. Graças ao meu pai me cobrar sempre humildade, acredito que consegui aprender a sempre prezar pela mesma, independentemente das circunstâncias, afinal a vida é feita de altos e baixos, essa é a verdade, a não ser se você nasceu em “berço de ouro”.
Aliás, meu pai sempre foi muito rigoroso comigo nesse aspecto. Ele, quando o meu ego começava a dar as caras, dizia: “É muito bom tu baixar a tua bola meu filho!” E ele falava sério mesmo... E eu também levava a sério, pois o meu pai nunca prezou pela arrogância (sempre foi exemplo), mesmo sendo um profissional de exceção, já que era extremamente reconhecido profissionalmente em todos os sentidos. Eu, praticamente, só ouvi elogios sobre a sua atuação profissional em minha juventude.
Na biografia de Walt Disney me chamou muito à atenção a sua humildade. Quando ele desembarcava em uma estação de trem nos Estados Unidos e as pessoas começavam a ovacioná-lo, ele perguntava aos seus amigos: “A quem eles estão ovacionando?” Quando diziam que a ovação era para ele; ele, simplesmente, não acreditava.
Também pude perceber, com o tempo, que as dificuldades podem nos proporcionar grandes e valiosos ensinamentos e um deles é que justamente a humildade deve estar sempre presente em nossa vida, afinal, não temos certeza de quase nada com relação ao nosso futuro, já que tudo pode mudar de um instante para o outro (a vida é um sopro).
Além disso, a arrogância pode nos fazer pensar que não precisamos aprender mais nada e nem nos esforçarmos para mantermos o sucesso em nossa vida.
Acima de tudo, acredito que não perdemos nada em preservar a nossa humildade, pois as pessoas humildes são cativantes por natureza!
Além do mais, independentemente de nossas posses materiais, formação acadêmica, conhecimento, cultura, prestígio, fama ou reconhecimento, vamos todos para o mesmo lugar no final de nossa vida.

José Tejada
Professor universitário, escritor, palestrante e coach, jrcdteja@ucs.br, Https://jrcdteja.wixsite.com/meusite
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