Sucesso e ódio!
- José Tejada
- 29 de nov. de 2021
- 3 min de leitura
Sinceramente estou bastante impressionado com a ira de muitos contra o Renato Portaluppi desde o jogo contra o Grêmio e, agora mais recentemente, com a perda da Libertadores para o Palmeiras.
Aliás, é simplesmente impressionante a quantidade de detratores do ex-técnico do Grêmio. Alguns vão me dizer que ele é arrogante, se acha o melhor, incomparável, etc., etc., etc.
Eu respondo: sim! Ele é mesmo arrogante, se acha acima do bem e do mal e assim vai.
Mas eu pergunto: você conhece alguém arrogante ou que se acha o melhor em tudo?
Pois é, penso que a nossa sociedade não preza muito pela humildade (risos). É só dar uma olhada nas redes sociais. Existem milhares de arrogantes nos mais diversos segmentos da nossa sociedade. Além disso, é preciso dizer que a arrogância não escolhe profissão, formação acadêmica, experiência e, nem mesmo, conhecimento.
Mas por que tantos odeiam o Renato, você pode me perguntar?
Ouso dizer que é pelo sucesso dele!
Sim, ele é um profissional de sucesso e ponto final! O único brasileiro campeão da Libertadores como jogador e técnico.
Além disso, um jogador que foi decisivo nas maiores conquistas do Grêmio (Libertadores e Mundial). Digo isso, pois acompanhei a sua carreira dele no Grêmio.
A maioria, talvez não se lembre, mas naquela guerra contra o Penarol (campeão mundial na época) em 1983, na conquista da primeira Libertadores, o Grêmio tinha levado o gol de empate e o Penarol pressionava constantemente, inclusive, o nosso zagueiro Hugo de León, chegou a tirar uma bola debaixo das traves com o nosso goleiro Mazzaropi batido no lance.
Me recordo que toda a torcida do Grêmio estava absolutamente quieta no antigo Olímpico Monumental, depois do gol de empate, o que levaria a decisão para um terceiro jogo em Assunção no Paraguai (inclusive, ouvia-se o som dos jogadores chutando a bola da social do Grêmio (onde estava eu e o meu saudoso pai). O Grêmio recupera a posse da bola e dão um passe apertado, quase na linha lateral para o Renato. Ele dá uns balõezinhos na frente do lateral e cruza para a área; o centroavante Cesar, que nem tinha tocado na bola, dá um mergulho e cabeceia para as redes. Era o gol do título. Aquele lance do Renato foi completamente inusitado e, por isso, genial, sem dúvida nenhuma. Conto esse lance para descrever o talento inconteste do Renato como jogador.
Continuando, como técnico, ele conseguiu tirar o Grêmio de um jejum de títulos importantes. Voltou a conquistar a Libertadores e chegou sempre muito perto de conquistar o tetra dessa competição continental, se não fosse a entrada daquele desastrado do Bressan, no final daquele jogo contra o River Plate na semi em 2018.
A realidade é que o Renato fez o Grêmio, novamente, um time de chegada (muito respeitado). Logicamente, nem sempre se ganha, mas é um grande mérito sempre estar na disputa de títulos importantes.
Eu poderia citar outros sucessos do Renato, mas isso tornaria o artigo muito extenso e, talvez, até chato.
O fato é que o sucesso em nosso país chega a gerar certo ódio em muitos aspectos.
A verdade é que se você fizer sucesso, vai criar muitos inimigos, com toda a certeza, pois existem muita inveja e ciúme em nossa sociedade de uma forma geral.
As pessoas, muitas vezes, não aceitam o sucesso dos outros. Isso acontece em muitas empresas, nos esportes, nas famílias e até, nos relacionamentos mais íntimos.
Infelizmente, a pessoa que faz sucesso (talento e reconhecimento), geralmente, será boicotada de todas as formas pelas pessoas que não são talentosas.
A grande verdade é que o sucesso alheio nunca causa a indiferença, por isso, acabo entendendo perfeitamente o tamanho do ódio que o Renato desperta em muitas pessoas.

José Tejada
Professor universitário, escritor, palestrante e coach, jrcdteja@ucs.br, Https://jrcdteja.wixsite.com/meusite
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