Tenista calhorda!
- José Tejada
- 23 de fev. de 2024
- 2 min de leitura
Outro dia ouvindo uma canção antiga (grande sucesso) do conjunto gaúcho Replicantes, chamada surfista calhorda, me lembrei dos torneios de tênis que joguei, principalmente, na minha adolescência e juventude.
Naquele tempo longínquo, joguei, infelizmente, com alguns tenistas calhordas digamos assim (risos).
Calhorda no dicionário significa pessoa digna de desprezo, sem valor nem caráter, ordinário, desprezível, canalha.
O fato é que se conhece a pessoa em quadra.
Aliás, a nossa maneira de jogar (estilo de jogo), nossa ética e moral, enfim, a nossa personalidade, acaba se revelando fortemente, principalmente, quando estamos em quadra numa competição.
Por isso, os tenistas calhordas sempre estavam presentes de uma ou outra forma. Na verdade, o tenista calhorda é aquele que sempre está trapaceando para ganhar. Ele sempre quer dar uma de “esperto” e passar a perna em seu adversário.
O mais interessante é que conheci tenistas calhordas de todos os níveis.
Sim, a calhordice não escolhe talento nem habilidade, eu diria, com toda a segurança.
Logicamente, os tenistas calhordas talentosos eram os mais perigosos, pois como jogavam muito bem, podiam nos vencer pela sua competência. Já os calhordas “perebas”, geralmente, ficavam pagando mico a torto e a direito (risos).
Como disse, já enfrentei “alguns”calhordas, mas me diverti muito mais com os ruins, já que como não tinham muito talento, sempre acabavam perdendo o jogo.
Um que me recordo (não posso citar o nome obviamente), era muito “engraçado”. Não tinha muita habilidade logicamente, mas a sua catimba era a de um profissional. Ele passava o jogo inteiro te provocando. Dizia quando fazias uma boa jogada: nunca vi um cara com tanta sorte! Ou quando ele errava uma bola boba: hoje estou irreconhecível, com certeza, qualquer um me ganha!
Além disso, ele gostava de roubar todas as bolas que pudesse. Era realmente um grande cara de pau em todos os sentidos. De outra forma, esse calhorda só fazia patifarias quase o jogo inteiro.
Porém, o que ele não percebia era que todo aquele teatro, me motivava sobremaneira.
Sempre que ia jogar com ele, eu entrava na quadra com “sangue nos olhos”. Jogava o melhor que podia, fazendo-o correr de um lado para outro da quadra e, quase sempre, dando uma porrada para finalizar o ponto (mesmo não precisando – risos). Logicamente, isso o deixava possesso e, no final, ele me cumprimentava sempre com aquela cara de nojo (risos).
Felizmente, os tenistas calhordas sem talento quase sempre se davam mal, o que, infelizmente, não acontece nas empresas onde “alguns” calhordas vicejam com muito vigor!
José Tejada
Professor universitário, psicanalista, escritor, palestrante e coach, jrcdteja@ucs.br, Https://jrcdteja.wixsite.com/meusite
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