Walt Disney
- José Tejada
- 15 de jul. de 2020
- 4 min de leitura
Atualizado: 16 de jul. de 2020
Ontem acabei de ler a biografia de um dos mais criativos empreendedores norte-americanos de todos os tempos: Walter Elias Disney, mais conhecido como Walt Disney.
O livro em questão é uma pesquisa extensa do historiador, jornalista e crítico de cinema, Neal Gabler. Especificamente esse livro contém mais de 900 páginas, onde a história de Disney é relatada com grande detalhamento, inclusive, antes de seu nascimento, quando seus pais vieram do Canadá para se estabelecer em solo americano.
É praticamente impossível em um texto resumir a personalidade complexa de Disney, mas, mesmo assim, vou tentar descrever o que mais me chamou à atenção nesse livro tão denso, interessante e, também, fascinante em alguns aspectos.
Sinto muito que não pude lê-lo antes da minha visita à cidade de Orlando (Flórida) onde pude conhecer os parques da Disney. Logicamente, tenho planos de voltar a repetir essa experiência simplesmente marcante em todos os sentidos (inesquecível).
Pretendo, portanto, nesse texto, descrever as características mais positivas de sua marcante personalidade que percebi lendo essa biografia.
Em primeiro lugar, Walt Disney, era um verdadeiro obcecado pela perfeição ou excelência. Ele nunca estava completamente satisfeito com algum projeto (filme) que realizava. Ele tinha a ideia que sempre poderia ser feito com mais qualidade e ponto final. Por isso, ele sempre cobrava a excelência de sua equipe. O resto era secundário. Alguns funcionários dele diziam: Nunca está bom o suficiente para ele!
Outro aspecto muito interessante era que Disney era essencialmente movido por desafios. Ela odiava a rotina. Sempre tinha em mente um novo projeto ou ideia. Inclusive, às vezes, trabalhava em vários projetos ao mesmo tempo e, algumas vezes, até passou por colapsos nervosos, sendo obrigado a tirar umas férias forçadas de seu amado estúdio que ele frequentava até nos finais de semana.
O mais interessante é que parece que ele gostava das dificuldades. Várias vezes, seu estúdio esteve para fechar, mas ele quase nunca desanimava, pois era um apaixonado pelo seu trabalho, essa é a verdade.
Com relação a isso, pude perceber que Disney prezava pela muito meritocracia em suas decisões. Ele queria sempre contar com os melhores profissionais, independentemente da função exercida, pois sempre cobrava a excelência em termos de desempenho.
Além disso, Disney era extremamente criativo e inovador. Começou fazendo desenhos em preto e branco, mas queria colorir os mesmos. Depois, torná-los cada vez mais realistas com diferentes traços nos desenhos que representassem os movimentos dos personagens e de suas roupas. No final, ele teve a grande ideia de ainda prover personalidades aos seus personagens (um grande diferencial para a época, pois as pessoas acabavam se identificando com os personagens). Na realidade, ele sempre estava atrás de melhorias e inovações em seus projetos.
Walt Disney era também muito resiliente, pois sabia absorver os golpes que a vida lhe dava e sempre seguia adiante, independentemente das circunstâncias. Como exemplo, no início de seu estúdio, Disney perdeu os direitos de seu primeiro personagem de sucesso conhecido como o coelho Oswald, mas logo em seguia criou um dos seus personagens de maior sucesso: Mickey Mouse.
Também me chamou muito à atenção que o dinheiro em si, não era muito importante para ele. O seu grande objetivo era fazer algo que ensinasse e divertisse as pessoas. De outra forma, deixar algo de bom como legado para as pessoas em geral. Por isso, seu irmão, Roy Disney, era que cuidava da parte financeira das empresas. Ele dizia para o irmão: meu projeto é esse! Dê um jeito de arrumar o dinheiro que preciso! Logicamente, as “brigas” eram constantes, apesar do ótimo relacionamento entre os dois.
Disney também não gostava muito dos “holofotes”, tentando evitar a todo custo as suas aparições. Para ele, o mais importante era a sua realização pessoal e não tanto, o reconhecimento de seu trabalho ou mesmo a sua popularidade ou prestígio. Ele muitas vezes ficava impressionado como as pessoas o ovacionavam quando ele chegava a algum lugar dentro, ou mesmo fora, dos Estados Unidos.
Outro aspecto muito interessante é que ele pouco descansava, apesar de ter feito várias viagens pelo mundo (inclusive esteve no Brasil). Na verdade, ele quase sempre estava buscando coisas novas e diferentes para fazer; coisas que o desafiassem estimulando a sua criatividade.
Em seus últimos momentos, em uma cama de hospital, já muito doente, falava animadamente com seu irmão Roy e, apontando para o teto, dizia-lhe como queria construir o Epcot Center (Experimental Prototype Community of Tomorrow), considerada, na época, a cidade de futuro. Uma cidade onde não existiriam carros; em que a mobilidade urbana fosse baseada em trilhos; que fosse também autossustentável, onde o lixo fosse coletado automaticamente e, também, reciclado continuamente, etc. Ele, na época, já tinha adquirido o terreno para a construção desse grande e revolucionário empreendimento. A Disneylândia na Califórnia já era uma realidade (um estrondoso sucesso).
Sem sombra de dúvida, Disney foi um grande visionário em todos os sentidos, visto que algumas das atrações atuais da Disney são ainda da sua época, como o Carrossel do Progresso, a Autopia, a Sala dos Presidentes, assim como os Piratas do Caribe com os seus bonecos animatrônicos, etc.
Disney, acima de tudo, era muito persistente (tenaz) naquilo que ele queria e não media esforços para realizar os seus sonhos (objetivos).
Acredito que as dificuldades por que passou na infância, entregando até jornais de madrugada, antes de ir à escola (onde, muitas vezes, pegava no sono, quando não estava desenhando escondido da professora) e ainda sendo “explorado” por seu pai, o fortaleceram sobremaneira.
Inclusive as enormes dificuldades financeiras também enfrentadas, principalmente, no início de seu estúdio, onde muitas vezes, tinha pouco dinheiro, até para se alimentar, acabaram o fortalecendo na busca de seu sonho.
Como sempre comento: as dificuldades são os nossos melhores mestres! Quando superamos as mesmas, nos tornamos mais fortes e empáticos (melhores seres humanos em todos os sentidos).
Finalizando a análise da biografia de Walt Disney, penso que ele foi forjado a ferro e fogo e, por isso, era simplesmente incansável nos projetos que lhe proporcionavam realização, ou seja, onde ele pudesse usar toda a sua criatividade, buscando constantemente, nada menos do que a perfeição.
Logicamente, Disney tinha um potencial criativo excepcional (era um inovador por excelência) e, ainda, era ousado por natureza (não tinha medo de errar), pois acreditava muito em seu sonho.
Além disso, ele era um verdadeiro obcecado em trabalhar naquilo que lhe proporcionasse prazer (realização).

José Tejada
Professor universitário, escritor, palestrante e coach, jrcdteja@ucs.br, Https://jrcdteja.wixsite.com/meusite
Comments