Os protegidos!
- José Tejada

- 4 de dez.
- 3 min de leitura
Praticamente em quase todas as organizações em que trabalhei ou tive algum relacionamento como consultor, percebi a presença, com muita clareza, de “alguns” protegidos.
O fato é que, como já escrevi várias vezes, não prezamos, de uma forma verdadeira, pela meritocracia em nossas organizações!
De outra forma, o fator político ou pessoal está enraizado em nossa cultura e viceja fortemente em quase todo o tipo de organização (a famigerada “amigocracia”).
E eu acredito que um dos motivos para isso é o fato de termos uma quantidade enorme de chefes e não de verdadeiros líderes (exemplos/ referências).
A verdade é que o líder, acima de tudo, preza pelo resultado, ou seja, ele reconhece os seus liderados pelo que efetivamente produzem e ponto final! Nesse aspecto, o fator pessoal fica em segundo plano, já que o que conta numa empresa ou negócio é o resultado.
Logicamente, isso não quer dizer que o líder não nutra qualquer espécie de amizade no ambiente de trabalho, mas o pré-requisito para a mesma é o resultado (valor agregado).
Aliás, o líder sempre segue a risca aquela famosa máxima: diga-me com quem andas e eu te direi quem és! Em função disso, o líder sempre procura se cercar de pessoas talentosas (até às vezes, mais talentosas do que ele), pois ele não tem medo de sombra e entende que, quanto mais talento a empresa tiver, melhor será a vida dele (e da empresa em termos de competitividade).
O fato é que é extremamente gratificante em todos os sentidos, trabalhar com gente talentosa (aprendemos mais e melhor com as pessoas mais talentosas/inteligentes).
Mais do que isso, o líder não faz escolhas pessoais na empresa, pois sempre preza pelo profissionalismo (resultado), ou seja, o verdadeiro líder efetivamente não protege ninguém, ou seja, ele é imparcial (por isso é sempre respeitado).
Em suma, o líder sabe que todo e qualquer profissional competente e talentoso não precisa de ninguém que o proteja, essa é a verdade!
Já, infelizmente, o chefe tem vários protegidos, pois todo o chefe adora ter um séquito de aduladores, bajuladores e lambe-botas.
O mais interessante é que os chefes pela questão do ego, muitas vezes, deixam-se manipular pelos seus próprios subordinados que fingem lealdade, mas estão ali somente por interesse próprio (manter o seu emprego).
Porém, o que precisa ficar muito claro é que se eu não prezo pela meritocracia (dar a quem merece o crédito), eu estou escorregando em matéria de ética (comportamento antiético).
E todos nós sabemos que precisamos, de todas as formas, prezar pela ética em nossos comportamentos pessoais e profissionais, afinal, acredito que ninguém gostaria de ser taxado de ser uma pessoa antiética!
Por isso, ouso aconselhar: nunca proteja alguém no ambiente profissional, pois isso, além de não ser ético, depõe contra a sua reputação profissional, pois as outras pessoas, mais cedo ou tarde, vão perceber isso com muita clareza (até o seu chefe/líder)!
E o pior: essa proteção pode até mesmo custar o seu próprio emprego no futuro.
Para contextualizar; numa S.A. em que trabalhei aconteceu justamente isso. O CEO da empresa acabou demitindo o gerente de marketing, por proteger o seu assistente, que só dava mancadas a torto e a direito. Nesse dia, o CEO me disse: vamos demitir os dois, pois esse gerente não pode ser conivente com essa situação há tanto tempo. Se ele não é capaz de tomar uma atitude eu vou tomar e vai ser agora!
Em função disso, ouso aconselhar: sempre preze pelo resultado e pelo aspecto profissional (isso faz parte da sua reputação), ou seja, valorize os melhores, afinal, são eles que efetivamente fazem a diferença em qualquer organização!
Também cuide sempre com quem você anda, isso diz muito da pessoa (profissional) que você é.

José Tejada
Professor universitário, psicanalista, escritor, palestrante e coach, jrcdteja@ucs.br, Https://jrcdteja.wixsite.com/meusite






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