Professores excelentes!
- José Tejada

- 22 de jul. de 2020
- 3 min de leitura
O artigo abaixo é dedicado à memória do professor Ardy Storck falecido no dia de hoje (22/07).
Semana passada, infelizmente, faleceu um antigo professor com que tive aula em meu ensino médio. Logicamente, essa notícia me entristeceu, porém fiquei feliz com as manifestações de gratidão e reconhecimento desse meu professor na rede social que frequento. Sempre que um professor é reconhecido, fico feliz por isso, já que de uma forma geral, a profissão de professor, não é muito valorizada em nossa sociedade.
Inclusive, lendo as manifestações, percebi que, alguns alunos, tinham uma grande estima por esse professor, ou seja, de certa forma, o consideravam excelente.
Isso me fez pensar nos professores excelentes que tive o privilégio de conhecer em toda a minha formação.
Pensei, inicialmente, no colégio em que fiz meu ensino médio. Confesso que não foi fácil, mas recordei-me de um professor de geografia que era extremamente simpático com a gente. Ele tinha um espírito jovem e tratava a gente de igual para igual. A realidade é que alguns professores, infelizmente, se acham superiores (alguns se consideram divinos simplesmente) e por isso, acredito, tratam os seus alunos com indiferença. Porém, não era o caso do professor Ardy Storck. Na verdade, ele era mais um da turma, digamos assim. Era um parceiro da turma.
Na universidade, logicamente, tive alguns professores excelentes, sem dúvida.
Por exemplo, na engenharia civil, tive um professor de resistência dos materiais que possuía uma didática excepcional. A disciplina não era fácil, mas ele explicava tão bem que eu acredito; quase qualquer pessoa, se prestasse atenção, poderia, sem dificuldade, aprender. O professor Luís Afonso Montini, inclusive, foi nosso professor homenageado. O mais engraçado que ele era arquiteto de formação (risos).
Continuando na graduação de engenharia civil, tive uma professora de séries e equações diferenciais que era ótima. A Elisabeth Corrêa era uma professora muito metódica e paciente com a gente. Ela explicava tudo com muita calma e leveza e, por isso, a sua matéria acabava ficando muito interessante. Ela sempre avaliava o raciocínio do aluno e não somente o resultado final da equação.
Outro professor excelente, agora em minha graduação de administração, foi o Luís Smejoff. Esse professor era extremamente exigente, divertido e inteligente. Muitos não gostavam dele, é verdade, pois como ele mesmo dizia: quem não sabe a matéria não passa comigo! Isso era mesmo verdade, pois ele sempre prezava pela qualidade e ponto final!
Já em meu mestrado, convivi com outro excelente professor, que tive a sorte de ter como orientador da minha dissertação na UFRGS.
O Cláudio Mazzilli era um professor muito preparado e, também, exigente quanto aos prazos a cumprir em minha dissertação. Ele cobrava mesmo, mas incentivava e me apoiava todo o tempo, essa é a verdade.
Finalizando, cito os últimos dois professores excelentes que tive o privilégio de conviver. Os dois são professores de tênis.
O primeiro: Vladimir Valente. O Valente foi o primeiro professor de tênis que me treinou fisicamente. Ele conseguiu aumentar a minha velocidade e arranque em quadra e por isso, digamos assim, meu desempenho foi muito ascendente.
Lembro, com muita saudade, de que fiquei mais de trinta partidas sem perder sequer um jogo em torneios estaduais. Aliás, ganhei de tenistas que eu nunca imaginei que poderia vencer em quadra (alguns, inclusive, tornaram-se profissionais depois).
Nessa época, eu entrava na quadra e sabia que poderia dar o máximo todo o tempo, que eu não iria me cansar. Isso me proporcionava uma enorme sensação de autoconfiança em todos os sentidos.
Outro excelente professor de tênis foi o Ivan Kley. O Ivan já era um tenista multicampeão na época. Tinha jogado e vencido em vários países. Um tenista profissional com um currículo invejável em todos os sentidos.
Apesar disso, era uma pessoa simples e muito bacana. Ele não era arrogante, apesar de todas as suas conquistas tenísticas. E quem joga tênis sabe, como existem tenistas arrogantes e soberbos!
Além disso, era um batalhador em quadra, pois, para ele, não tinha bola perdida. O Ivan, também, era um motivador nato. Ele dizia: Tejada! Tens condições, tens talento, não há desculpas. Eu sinceramente, não via isso em mim, mas essas palavras me motivaram muito com toda a certeza.
A realidade é que a excelência pode assumir diferentes formas, pois os professores citados acima possuíam características (personalidades), métodos e processos diferentes, mas todos eram excelentes na questão de transmitir seus conhecimentos aos seus alunos.
O meu último livro sobre docência (O professor fora de série. Ed. Alternativa) é uma homenagem a esses professores mais do que singulares para mim.
Finalizando, chego à conclusão de que a excelência é mesmo muito rara em todos os aspectos, pois há um preço a ser pago que é um trabalho inteligente, muita dedicação, com uma grande pitada de paixão (motivação).
O fato é que a grande maioria das pessoas, simplesmente, não quer pagar esse preço, já que é muito mais fácil, ficar deitado e relaxado em sua zona de conforto.

José Tejada
Professor universitário, escritor, palestrante e coach, jrcdteja@ucs.br, Https://jrcdteja.wixsite.com/meusite






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